O vazio sanitário da soja, iniciado no mês passado em Mato Grosso, já está mostrando resultados práticos no campo. Em apenas 30 dias de operação, o Instituto de Defesa Agropecuária do Estado (Indea-MT) realizou mais de 2 mil fiscalizações em propriedades rurais e lavouras, que resultaram em 12 autos de infração aplicados a produtores que descumpriram a regra.
Ao todo, essas multas somaram cerca de 1,6 mil Unidades Padrão Fiscal (UPFs). Durante as inspeções, foram detectados 22 focos da ferrugem asiática, doença causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, que é uma das principais ameaças à soja.
O vazio sanitário, que vai até o dia 6 de setembro, determina que não haja qualquer planta viva de soja no campo por um período de 90 dias. A medida é considerada essencial para quebrar o ciclo do fungo entre uma safra e outra, reduzindo drasticamente a necessidade de aplicação de defensivos e protegendo a produtividade.
“É um manejo coletivo, em que a conscientização do produtor é fundamental para evitar prejuízos que podem ser generalizados”, destacou um técnico do Indea.
A ferrugem asiática pode ser identificada nos estágios iniciais por manchas amareladas nas folhas e pontos marrons na parte inferior. Se não controlada, causa queda precoce da folhagem, grãos malformados e redução acentuada na produtividade.
A doença ainda exige uso intenso de fungicidas, o que eleva o custo de produção. Por isso, o Indea mantém um cronograma rígido de vistorias, visando assegurar o cumprimento da norma e a saúde sanitária das lavouras em todo o estado.