O economista Celso Grise disse em entrevista ao Canal Rural que a China deve voltar às compras de carne bovina brasileira em 20 dias. Para ele, o pecuarista vai continuar a trabalhar no vermelho no mês de outubro.
Grise explicou que o único setor da cadeia produtiva que está sentindo a suspensão das importações pela China é o pecuarista. Os frigoríficos têm como se proteger sem abate desnecessário, e com os estoques. Enquanto o pecuarista tem custos adicionais e pastagens muito ruins após geada e seca.
E que o período das chuvas, que está começando, provoca aumento de preços no custo do manuseio dos animais confinados.
Ele também especula sobre a duração da suspensão das importações. “Quanto mais eles silenciar, os preços cairão cada vez mais, e isso em benefício deles, que vão comprar mais barato”.
O economista diz que os problemas de desaceleração da economia chinesa também influem. Lembra que o governo teve que assumir dois grandes prejuízos de empresas privadas que poderiam contaminar toda a economia daquele país. Um no setor energético e outro no imobiliário. Mesmo assim, provocou certa desaceleração.
Mesmo sendo o maior consumidor de carne suína do mundo, o chinês gostou da carne bovina e a consome mais e mais a cada dia. Os estoques do país estão baixos, segundo o economista, e devem durar entre 15 e 29 dias.
Por isso, ele acredita que eles não têm como não voltar às compras de carne bovina do Brasil. A Argentina suspendeu as suas exportações e neste momento não pode entregar, e o Uruguai não tem escala para substituir o Brasil.
Portanto, após o feriado prolongado que vai até o dia 7, o economista acredita que eles analisarão os documentos enviados pelo Brasil sobre os casos atípicos da doença da vaca louca, e iniciam o processo de retomada das importações.
Da Redação.