Agronegócio é responsável por 29% da energia consumida no Brasil, aponta FGV

Setor concentra 60% da produção de energia renovável do país e tem papel estratégico na transição energética

- Da Redação, com MoneyTimes
25/06/2025 09h15 - Atualizado há 11 horas
Agronegócio é responsável por 29% da energia consumida no Brasil, aponta FGV
Foto: Reprodução

Um estudo divulgado nesta terça-feira (24) pela Fundação Getulio Vargas (FGV) revelou que o agronegócio brasileiro responde por 29% de toda a energia consumida no país. Mais do que isso: o setor é responsável por 60% de toda a energia renovável utilizada no Brasil, consolidando-se como um dos principais protagonistas da transição energética nacional.

Os dados são do Observatório de Conhecimento e Inovação em Bioeconomia da FGV e mostram que o agronegócio, tradicionalmente reconhecido por sua produtividade e peso nas exportações, também ocupa papel central na geração de energia limpa. Entre as fontes renováveis destacadas estão o etanol da cana-de-açúcar, o biodiesel da soja, o biogás de resíduos agropecuários, a lixívia e a lenha de florestas plantadas.

Sem essa contribuição, a matriz energética brasileira cairia de 49% para cerca de 20% de participação renovável — aproximando-se da média global de 15%. O estudo destaca que o clima tropical, o uso reduzido de irrigação, a tecnologia e o manejo adaptado às condições brasileiras são fatores que favorecem a sustentabilidade energética no setor.

Apesar dos avanços, o estudo também aponta um ponto de atenção: a alta dependência do agronegócio em relação ao diesel. Em 2022, 73% da energia diretamente utilizada na agropecuária ainda vinha de combustíveis fósseis, o que torna o setor vulnerável a choques no preço do petróleo e instabilidades geopolíticas.

A pesquisa analisou indicadores de eficiência energética, como o consumo por valor de produção agropecuária. Em 2022, o Brasil registrou consumo de 1,9 gigajoules (GJ) por mil dólares produzidos — índice próximo à média mundial. Já no caso da produção de alimentos, o país teve consumo de 2,0 GJ por mil dólares, abaixo de países como Argentina (8,2 GJ) e Canadá (4,3 GJ).


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