Diante do colapso causado por estiagens severas e enchentes históricas, quatro federações do Rio Grande do Sul se uniram para apresentar uma carta aberta com 15 medidas emergenciais ao governo federal. O documento foi lançado na segunda-feira (16) e propõe soluções para aliviar o endividamento dos agricultores, preservar a produção e proteger a economia dos municípios gaúchos.
Entre os pedidos estão o alongamento das dívidas por até 25 anos, com juros de no máximo 3% ao ano, a criação de um fundo garantidor das dívidas rurais e uma linha de crédito especial com taxas reduzidas para recuperação do solo e investimentos em irrigação. As entidades também pedem a ampliação do Proagro, a suspensão de execuções judiciais por 180 dias e a utilização de recursos do Fundo Social do petróleo.
O apelo foi assinado pela Federação das Associações de Municípios (Famurs), Federação da Agricultura (Farsul), Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag-RS) e Federação das Cooperativas Agropecuárias (Fecoagro), durante ato político com a presença de prefeitos, deputados e representantes do Executivo estadual.
A presidente da Famurs, Adriane Perin, pediu união entre lideranças de diferentes ideologias em prol da sobrevivência do campo. O governador Eduardo Leite destacou que o estado enfrenta uma sucessão de desastres climáticos inédita na história recente. O prejuízo estimado nas lavouras entre 2020 e 2025 chega a R$ 92,6 bilhões, com perdas de R$ 12,2 bilhões somente nas enchentes deste ano.
Lideranças agrícolas criticaram a demora do governo federal em apresentar respostas às propostas já enviadas. “Não há vontade política”, afirmou o presidente da Fetag-RS, Carlos Joel da Silva. As federações cobraram urgência e a edição de uma Medida Provisória que estabeleça mecanismos para reconstrução do setor rural.