O Brasil deve se declarar livre da gripe aviária de alta patogenicidade nesta quarta-feira (18), após cumprir o chamado “vazio sanitário” de 28 dias sem registros da doença. A contagem teve início após a desinfecção da granja comercial de Montenegro (RS), onde foi detectado o primeiro foco da enfermidade no país. A expectativa foi confirmada pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Luis Rua.
A comunicação oficial será feita à Organização Mundial da Saúde Animal (Omsa), além de ser estendida aos países que importam carne de frango e derivados do Brasil. Com isso, o governo espera que nações que impuseram restrições durante o surto — como a União Europeia e outras 20 regiões — comecem a retirar ou ao menos flexibilizar os embargos impostos.
Segundo dados do próprio Ministério, 21 países bloquearam a entrada da proteína avícola brasileira em geral, enquanto 19 limitaram o veto apenas ao Rio Grande do Sul. Outros quatro impuseram suspensão restrita ao município de Montenegro. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) aponta que as exportações de carne de frango caíram 13% em maio em relação ao mesmo mês do ano anterior, embora o consumo interno siga elevado.
Além de Montenegro, outros focos suspeitos de gripe aviária em granjas comerciais foram identificados em Santa Catarina, Tocantins, Minas Gerais e novamente no Rio Grande do Sul. Todas essas ocorrências, no entanto, foram descartadas após análises laboratoriais. O Ministério reforça que não há risco de transmissão da gripe aviária pelo consumo de carne de frango ou ovos.
A reabilitação do status sanitário brasileiro é estratégica para o agronegócio e coloca o país em posição de retomada das vendas internacionais em larga escala. O controle rápido do foco e a implementação rigorosa de medidas de biossegurança têm sido apontados como fatores decisivos para conter o avanço da doença.