Apesar de o agronegócio representar quase 27% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e enfrentar riscos climáticos cada vez mais intensos, apenas 14% da área cultivada no país está coberta por seguro rural. Os dados são do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), organizados pela plataforma EEmovel Agro.
A baixa cobertura chama ainda mais atenção em estados líderes na produção agrícola. Em São Paulo, 91,5% das lavouras estão descobertas; em Mato Grosso do Sul, 82,4%; e em Goiás, 90%. Até no Paraná, outro grande produtor, o índice de propriedades não seguradas passa dos 70%.
O cenário preocupa diante das projeções da Organização Meteorológica Mundial (WMO), que estima 80% de chance de o planeta ultrapassar o limite de 1,5°C de aquecimento nos próximos cinco anos. Isso deve intensificar secas, enchentes e eventos extremos, fatores que colocam a produção agrícola em risco direto.
“O cenário evidencia a urgência em ampliar a cobertura e personalizar as soluções disponíveis, especialmente com a proximidade do Plano Safra 2025/26”, afirma Luiz Almeida, diretor de Operações da EEmovel Agro.
Segundo ele, o uso de inteligência territorial pode ajudar a transformar o modelo atual de seguros, hoje marcado por entraves regulatórios e ofertas padronizadas. A plataforma da empresa oferece dados como área plantada, culturas predominantes e histórico de contratação de seguros, o que pode orientar seguradoras e cooperativas na criação de soluções mais eficazes e acessíveis.
