27/09/2021 às 09h41min - Atualizada em 27/09/2021 às 12h53min

Banco Central eleva projeção da inflação pela 25ª vez consecutiva

Boletim Focus, do Banco Central (BC) desta segunda-feira (27) indica que o mercado financeiro espera que a inflação deste ano fique em 8,45%. É a vigésima quinta previsão consecutiva de alta projetada para 2021. Na semana anterior, a previsão era que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fosse ficar em 8,35%. O mercado prevê também que em 2022 ela fique em 4,12% e nos dois anos seguintes (2023-2024) ela caia para 3,25% e 3%, respectivamente.

A previsão do Boletim Focus está bem acima do centro da meta que o BC havia determinado para 2021. A meta do Conselho de Política Monetária do BC cravou no começo do ano que ela seria de 3,75%, com um intervalo de mais ou menos 1,5%, com mínima de 2,25% e máxima de 5,5,25%.

Segundo a Agência Brasil, em agosto, puxada pelos combustíveis, a inflação subiu 0,87%, a maior inflação peara o mês desde o ano 2000, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com isso, o indicador acumula altas de 5,67% no ano e de 9,68% nos últimos 12 meses, o maior acumulado desde fevereiro de 2016, quando o índice alcançou 10,36%.

Para o mês de setembro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), que mede a prévia da inflação oficial, registrou índice de 1,14% no mês, a maior taxa do IPCA-15 para um mês de setembro desde 1994 (1,42%).


Taxa de juros

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, que foi elevada na semana passada de 5,25% ao ano para 6,25% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Ao anunciar a decisão, o Copom já sinalizou que pretende elevar a Selic em mais um ponto percentual na próxima reunião, marcada para o fim de outubro.

Para o mercado financeiro, a expectativa é que a Selic encerre 2021 em 8,25% ao ano, mesma projeção da semana passada. Para o fim de 2022, a estimativa é que a taxa básica suba para 8,50% ao ano. E para 2023 e 2024, a previsão é 6,75% e 6,50% ao ano, respectivamente.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas podem dificultar a recuperação da economia. Além disso, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.

Quando o Copom reduz a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.


PIB e câmbio

As instituições financeiras consultadas pelo BC mantiveram a projeção para o crescimento da economia brasileira este ano em 5,04%. Para 2022, a expectativa para Produto Interno Bruto (PIB) - a soma de todos os bens e serviços produzidos no país - é de crescimento de 1,57%. Em 2023 e 2024, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 2,20% e 2,50%, respectivamente.

A expectativa para a cotação do dólar também se manteve em R$ 5,20 para o final deste ano. Para o fim de 2022, a previsão é que a moeda americana fique em R$ 5,24.


Da Redação, com Agência Brasil.

 


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