Soja estagna no Brasil em maio e mercado volta olhares para o plantio dos EUA em junho

Cotações permanecem estáveis nas principais regiões produtoras; cenário global é influenciado por clima favorável nos EUA e demanda ainda enfraquecida

- Da Redação, com Canal Rural
02/06/2025 08h42 - Atualizado há 2 dias
Soja estagna no Brasil em maio e mercado volta olhares para o plantio dos EUA em junho
Foto: reprodução

O mercado brasileiro de soja encerrou o mês de maio praticamente sem variações relevantes nos preços. Com a colheita concluída no país e sem grandes estímulos para negociações internas, os produtores adotaram uma postura mais cautelosa. A atenção agora se volta para o plantio das lavouras nos Estados Unidos, que deve ditar o ritmo do mercado internacional em junho.

De acordo com a consultoria Safras & Mercado, os preços da saca de 60 quilos da oleaginosa permaneceram estáveis em diversas praças. Em Passo Fundo (RS), o mês começou e terminou com a saca a R$ 128. Em Cascavel (PR), o valor recuou levemente de R$ 129 para R$ 128. Em Rondonópolis (MT), houve queda de R$ 116 para R$ 115. Já no Porto de Paranaguá (PR), o preço manteve-se firme em R$ 134.

Na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT), os contratos com vencimento em julho apresentaram leve alta de 0,55% no mês, encerrando a sexta-feira cotados a US$ 10,50 ¼ por bushel. A pequena valorização ocorreu apesar de fatores que poderiam pressionar os preços para baixo, como o bom ritmo do plantio americano e a falta de ameaças climáticas significativas.

Analistas observam que, embora o clima continue colaborando nos Estados Unidos, limitando qualquer alta mais robusta nas cotações, os próximos dias serão fundamentais. O mercado aguarda com atenção o relatório de área plantada, previsto para o dia 30 de junho, que poderá influenciar diretamente a direção dos preços globais.

Outro fator que contribuiu para a estabilidade nos preços foi a demanda internacional morna. Mesmo com um breve alívio nas tensões comerciais entre Estados Unidos e China, a política tarifária incerta do ex-presidente Donald Trump segue gerando insegurança nos mercados.

Com isso, o Brasil continua sendo o principal fornecedor da soja consumida pela China, beneficiado por uma oferta ampla e condições logísticas favoráveis. Ainda assim, a ausência de novos estímulos externos limitou a movimentação dos preços no mercado doméstico.

O câmbio também teve pouca influência sobre as negociações. O dólar comercial registrou leve desvalorização de 0,14% no mês, encerrando a sexta-feira cotado a R$ 5,6673. A expectativa é de que a moeda americana se mantenha nesse patamar nas próximas semanas, acompanhando a movimentação do capital estrangeiro e a frágil situação fiscal do Brasil.

Para o mês de junho, o mercado estará atento ao desenvolvimento das lavouras nos Estados Unidos e ao desempenho da economia chinesa, principal destino da soja brasileira. Com clima ainda favorável nos EUA e sem novos impulsos na demanda global, a tendência é de que os preços sigam pressionados, a menos que o relatório de área plantada traga alguma surpresa capaz de alterar esse equilíbrio.

 

 


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