Os preços do açúcar encerraram a quarta-feira (21) em forte alta nas bolsas internacionais, impulsionados pela desvalorização do dólar e pela perspectiva de menor oferta do adoçante no Brasil, à medida que usinas priorizam a produção de etanol. As cotações subiram cerca de 2% tanto em Nova York quanto em Londres.
A queda do dólar foi um dos principais fatores de suporte. A moeda norte-americana recuou frente ao real e atingiu o menor nível em duas semanas no mercado internacional, pressionada desde o rebaixamento da nota de crédito dos Estados Unidos na última sexta-feira (16). O movimento levanta dúvidas sobre o status do dólar como moeda de reserva global e levou investidores a reavaliar suas posições.
Além disso, o cenário fiscal nos EUA, com discussões sobre um pacote de redução de impostos e aumento do déficit orçamentário, também contribui para o enfraquecimento da moeda. Com isso, o açúcar passou a atrair cobertura de posições vendidas nos contratos futuros.
Outro fator de alta veio do Brasil. A qualidade da cana na safra atual está abaixo do esperado, e muitas usinas têm direcionado a matéria-prima para a produção de etanol, reduzindo a disponibilidade de açúcar no mercado global. Segundo Raphael Delloiagono, analista de mercado do Pecegê, o preço internacional relativamente baixo do açúcar, aliado à alta demanda interna por etanol, favorece essa escolha por parte das usinas.
Na Bolsa de Nova York, o contrato de açúcar bruto para julho/25 subiu 2,08%, fechando a 17,70 cents por libra-peso. O contrato para outubro/25 teve alta de 1,88%, para 17,86 cents/lbp. Já o março/26 avançou 1,73%, encerrando a 18,25 cents/lbp, e o maio/26 subiu 1,62%, cotado em 17,61 cents/lbp.
Em Londres, o açúcar branco para agosto/25 subiu 2,18%, negociado a US$ 497,70 por tonelada. O contrato de outubro/25 teve alta de 2,01%, fechando a US$ 492,80/t. Para dezembro/25, o avanço foi de 1,70%, com o produto a US$ 491/t, enquanto o março/29 fechou com alta de 1,48%, a US$ 492,60/t.