Mapa aposta em diplomacia pragmática e adia visita de secretária dos EUA

Sem data definida, governo brasileiro intensifica diversificação das exportações e foca na recuperação de pastagens degradadas

- Da Redação, com MoneyTimes
02/05/2025 10h13 - Atualizado há 4 semanas

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) ainda não tem data prevista para a visita da secretária de Agricultura dos Estados Unidos, Brooke Rollins, ao Brasil. Segundo o secretário adjunto de Comércio e Relações Internacionais, Marcel Moreira, as conversas entre os dois países seguem em andamento, mas o governo brasileiro adota uma postura “pragmática” diante do cenário de tensão comercial global provocado pelas medidas protecionistas do presidente norte-americano, Donald Trump.

Em entrevista ao Money Times, Moreira afirmou que o encontro entre a secretária norte-americana e o ministro Carlos Fávaro segue no radar, mas não há confirmação oficial. Paralelamente às tratativas com os Estados Unidos, o Brasil tem intensificado sua estratégia de diversificação das exportações agropecuárias, apostando em novos produtos e mercados.
 

“Estamos apoiando os setores tradicionais, mas buscamos novas fronteiras. Em 2024, exportações de itens como pimenta-do-reino, cravo-da-índia e gergelim cresceram 20%”, disse o secretário durante evento promovido pela Amcham na Agrishow.
 

Segundo Moreira, o país conta atualmente com uma rede de 40 adidos agrícolas atuando em mercados com alto potencial de crescimento para os produtos brasileiros, como Bangladesh, Vietnã e diversas nações africanas. Ele destacou ainda que, desde o início da gestão de Carlos Fávaro, o Brasil já abriu mais de 350 novos mercados para produtos do agronegócio.

 

Recuperação de terras degradadas
 

Além da pauta comercial, o governo também avança em ações voltadas à ampliação da produção agrícola por meio da recuperação de áreas improdutivas. O Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas, lançado no fim de 2023, prevê a recuperação de 40 milhões de hectares. Nesta semana, foi anunciado o segundo leilão EcoInvest, com foco na captação de recursos para financiar esse processo.
 

O objetivo inicial é recuperar 1 milhão de hectares em biomas como Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga, Pampa e Pantanal. A Amazônia terá tratamento diferenciado, em razão de suas particularidades ambientais.
 

Moreira afirmou que ainda estão sendo definidos os detalhes sobre a estrutura financeira do programa, mas a proposta prevê a participação de recursos públicos em parceria com bancos e o estímulo à criação de fundos de investimento no agronegócio (Fiagros) e fundos de recebíveis (FIDCs).

 

Atualmente, dos 280 milhões de hectares usados pela agropecuária no país, cerca de 82 milhões são áreas de pastagens degradadas. A meta do governo é transformar parte dessas terras em áreas produtivas, combinando ganhos econômicos e sustentabilidade ambiental.

 

 

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