O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) ainda não tem data prevista para a visita da secretária de Agricultura dos Estados Unidos, Brooke Rollins, ao Brasil. Segundo o secretário adjunto de Comércio e Relações Internacionais, Marcel Moreira, as conversas entre os dois países seguem em andamento, mas o governo brasileiro adota uma postura “pragmática” diante do cenário de tensão comercial global provocado pelas medidas protecionistas do presidente norte-americano, Donald Trump.
Em entrevista ao Money Times, Moreira afirmou que o encontro entre a secretária norte-americana e o ministro Carlos Fávaro segue no radar, mas não há confirmação oficial. Paralelamente às tratativas com os Estados Unidos, o Brasil tem intensificado sua estratégia de diversificação das exportações agropecuárias, apostando em novos produtos e mercados.
“Estamos apoiando os setores tradicionais, mas buscamos novas fronteiras. Em 2024, exportações de itens como pimenta-do-reino, cravo-da-índia e gergelim cresceram 20%”, disse o secretário durante evento promovido pela Amcham na Agrishow.
Segundo Moreira, o país conta atualmente com uma rede de 40 adidos agrícolas atuando em mercados com alto potencial de crescimento para os produtos brasileiros, como Bangladesh, Vietnã e diversas nações africanas. Ele destacou ainda que, desde o início da gestão de Carlos Fávaro, o Brasil já abriu mais de 350 novos mercados para produtos do agronegócio.
Recuperação de terras degradadas
Além da pauta comercial, o governo também avança em ações voltadas à ampliação da produção agrícola por meio da recuperação de áreas improdutivas. O Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas, lançado no fim de 2023, prevê a recuperação de 40 milhões de hectares. Nesta semana, foi anunciado o segundo leilão EcoInvest, com foco na captação de recursos para financiar esse processo.
O objetivo inicial é recuperar 1 milhão de hectares em biomas como Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga, Pampa e Pantanal. A Amazônia terá tratamento diferenciado, em razão de suas particularidades ambientais.
Moreira afirmou que ainda estão sendo definidos os detalhes sobre a estrutura financeira do programa, mas a proposta prevê a participação de recursos públicos em parceria com bancos e o estímulo à criação de fundos de investimento no agronegócio (Fiagros) e fundos de recebíveis (FIDCs).
Atualmente, dos 280 milhões de hectares usados pela agropecuária no país, cerca de 82 milhões são áreas de pastagens degradadas. A meta do governo é transformar parte dessas terras em áreas produtivas, combinando ganhos econômicos e sustentabilidade ambiental.