Governo autoriza prorrogação de dívidas de produtores rurais do RS por quatro anos

Medida atende a demanda emergencial do setor após perdas climáticas; produtores prometem nova mobilização em maio para pressionar por mais apoio

- Da Redação, com Notícias Agrícolas
25/04/2025 08h41 - Atualizado há 5 horas

As parcelas de financiamentos de custeio dos produtores rurais do Rio Grande do Sul poderão ser prorrogadas por até quatro anos. A informação foi confirmada pelo senador Luis Carlos Heinze nesta quinta-feira (24), por meio de suas redes sociais. Segundo o parlamentar, a autorização já foi dada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e por sua equipe técnica.
 

Heinze adiantou que o Conselho Monetário Nacional (CMN) deve divulgar nas próximas semanas as diretrizes para a efetivação das prorrogações. “Neste momento, nós estamos satisfeitos porque resolve o impasse das dívidas que estão vencendo agora no Rio Grande do Sul", afirmou o senador. Ele também disse que continuará pressionando o governo por uma securitização da dívida dos produtores. “Apresentei uma proposta de R$ 27 bilhões, mas o governo discorda desse valor. O secretário Ceron prometeu apresentar números corrigidos na próxima semana", destacou.
 

Apesar da sinalização do governo, o clima entre os produtores gaúchos segue de insatisfação. Uma nova audiência pública foi realizada nesta semana em Brasília para discutir soluções emergenciais para o setor, mas o resultado foi considerado insuficiente.
 

Em entrevista ao portal Notícias Agrícolas, o produtor rural Lucas Scheffer, líder da Associação dos Produtores e Empresários Rurais do Rio Grande do Sul (APER), expressou o sentimento de frustração da categoria. "Faz um ano que estamos nessa luta. Continuamos sem respostas, apenas com promessas. A situação já era grave após as enchentes, e agora se agrava ainda mais com a seca", disse.
 

Scheffer anunciou ainda que os produtores planejam uma nova mobilização no estado entre os dias 15 e 20 de maio. Segundo ele, desta vez a paralisação será mais intensa. “Dessa vez nós vamos parar o estado. Faz um ano que conversamos de forma diplomática e ninguém nos ouviu. Agora é parar. Temos data para começar, mas não temos data para terminar”, afirmou.

 

 

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