Demanda interna de milho impulsiona preços no curto prazo, mas ameaça exportações

Consumo crescente das usinas de etanol pode reduzir excedente para exportação e impactar posição do Brasil no mercado global

- Da Redação, com Canal Rural
23/04/2025 09h18 - Atualizado há 4 horas
Demanda interna de milho impulsiona preços no curto prazo, mas ameaça exportações
Foto: reprodução

O mercado de milho no Brasil enfrenta uma dinâmica de oferta robusta e demanda crescente, com perspectivas mistas para os próximos meses. Em abril, o país já exportou 55% mais milho do que no mesmo mês do ano passado, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). No entanto, o cenário de queda nos preços no mercado interno pode limitar as vendas externas do grão, especialmente com o aumento do consumo interno impulsionado pela demanda das usinas de etanol.
 

Os preços do milho recuaram tanto na Bolsa de Chicago quanto no Brasil, com o contrato para maio de 2025 na B3 caindo 3,25%, fechando a R$ 76,75 por saca. A queda é reflexo das flutuações no mercado internacional, com a cotação de Chicago para o milho registrando um recuo de 1,43%. No entanto, analistas destacam que o Brasil deve colher a segunda maior safra de milho de sua história, com uma produção superior a 120 milhões de toneladas. A oferta elevada deve ser parcialmente compensada pela crescente demanda interna, principalmente pelas usinas de etanol, o que pode gerar uma pressão nos preços domésticos.
 

Com o aumento do consumo interno, especialmente nas usinas de etanol, o excedente de milho para exportação deverá diminuir, o que pode ameaçar a posição do Brasil como o segundo maior exportador mundial do cereal. Esse cenário pode atrair mais interesse dos produtores pelo milho, que pode competir com a soja na safra verão. Isso também reflete a pressão sobre as decisões de plantio, com a possível redução da área destinada às exportações.
 

Além disso, o clima no Brasil tem influenciado as expectativas de safra. Enquanto Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais se beneficiam de chuvas regulares, outros estados, como Paraná e Tocantins, enfrentam escassez de água, o que pode afetar a produtividade. A irregularidade das chuvas no Centro-Oeste também causa perdas pontuais, mas, no geral, a colheita deve ser significativa, ajudando a sustentar a demanda interna.
 

A situação internacional também pesa nas expectativas do mercado, com o plantio nos Estados Unidos avançando conforme a média histórica, mas o clima mais frio no Meio-Oeste pode atrasar o ciclo.

 

 

 


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