Surto de gripe aviária nos EUA impulsiona exportação de ovos mineiros

Minas Gerais aproveita demanda global e amplia embarques sem risco de desabastecimento no Brasil

- Da Redação, com Notícias Agrícolas
17/04/2025 08h47 - Atualizado há 2 dias
Surto de gripe aviária nos EUA impulsiona exportação de ovos mineiros
Foto: reprodução

A crise provocada pelo surto de gripe aviária nos Estados Unidos abriu espaço para um novo protagonista no mercado global de ovos: Minas Gerais. Com a produção local em alta e a demanda externa crescendo, especialmente por parte dos norte-americanos, o estado mineiro se consolida como um dos principais fornecedores brasileiros do alimento para o exterior.
 

De acordo com dados da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa), a exportação de ovos do estado teve um salto de 266% no valor exportado apenas no primeiro trimestre de 2025. O número reflete diretamente a crise sanitária enfrentada pelos EUA, que, diante da necessidade de abater milhões de aves, passou a importar mais ovos. Países que tradicionalmente compravam dos americanos, como México e Canadá, também migraram suas compras para o Brasil.
 

“É uma janela de oportunidade para Minas Gerais”, afirma Manoela Oliveira, assessora técnica do Programa AgroExporta. Segundo ela, a infraestrutura do estado e o nível de qualificação dos produtores foram determinantes para o crescimento acelerado.
 

Minas Gerais possui cerca de 21 milhões de galinhas poedeiras, o que representa 8% do plantel nacional. A produção anual chega a 431 milhões de dúzias de ovos — 7% de todo o volume brasileiro. Os principais polos avícolas estão em regiões estratégicas, como Montes Claros, no Norte, com boa logística para distribuição, e o Sul de Minas, que concentra cooperativas bem estruturadas e acesso a centros de pesquisa genética.
 

Apesar do aumento na exportação, a segurança do mercado interno está garantida, de acordo com a Seapa. “O volume destinado ao exterior representa apenas 1% da produção mineira. Ou seja, 99% continua abastecendo o Brasil. Não há risco nem a curto, nem a médio prazo de desabastecimento”, explica Manoela.
 

A projeção para o próximo trimestre é ainda mais otimista. A expectativa é de dobrar os números do início do ano, alcançando US$ 8 milhões em receita e mais de 4 mil toneladas exportadas. “É cedo para estimar os impactos de longo prazo, mas já estamos exportando praticamente o dobro do ano passado neste mesmo período”, acrescenta a técnica da Seapa.

 

 


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