Mais arrobas com o uso de probióticos e prébióticos

João Menezes
16/04/2025 08h57 - Atualizado há 2 dias
Mais arrobas com o uso de probióticos e prébióticos
Foto: Sérgio Raposo / Embrapa

Probióticos para bovinos são suplementos alimentares que contêm microrganismos vivos, como bactérias e leveduras, que ajudam a melhorar a saúde do animal. Já os prebióticos são componentes alimentares não digeríveis que estimulam seletivamente a proliferação ou atividade de bactérias benéficas no trato digestivo dos animais.

Esses aditivos naturais têm ganhado destaque na pecuária moderna por oferecerem benefícios à saúde animal e ao desempenho produtivo, sem os riscos associados a produtos químicos ou antibióticos. Além disso, sua utilização não enfrenta restrições impostas por mercados internacionais de carne, tornando-os aliados estratégicos para melhorar a eficiência e sustentabilidade da produção pecuária.

O uso de probióticos e prebióticos na alimentação bovina tem como principal objetivo otimizar o ambiente ruminal e intestinal, promovendo maior eficiência na digestão dos nutrientes. Estudos demonstram que esses aditivos podem contribuir para o aumento do ganho de peso, melhor conversão alimentar e redução de problemas digestivos, como diarreias em bezerros.

A inclusão de probióticos na dieta bovina atua diretamente no equilíbrio da microbiota ruminal. Microrganismos como Saccharomyces cerevisiae e Lactobacillus spp são amplamente utilizados devido à sua capacidade de melhorar a fermentação ruminal, aumentando a produção de ácidos graxos voláteis (AGVs), que são uma importante fonte de energia para os ruminantes. Além disso, esses microrganismos ajudam a reduzir a presença de patógenos no trato digestivo, diminuindo o risco de doenças e melhorando o bem-estar animal.

Os prebióticos, por outro lado, servem como "alimento" para as bactérias benéficas já presentes no sistema digestivo dos bovinos. Compostos como inulina e frutooligossacarídeos (FOS) estimulam o crescimento de populações bacterianas desejáveis, como Bifidobacterium e Lactobacillus, promovendo um ambiente intestinal mais saudável. Isso resulta em melhor absorção dos nutrientes da dieta e maior eficiência alimentar.

O uso de probióticos na alimentação de bovinos não só pode melhorar significativamente o desempenho zootécnico dos animais, como também otimiza a eficiência na digestão dos nutrientes. Ao proporcionar um equilíbrio saudável da microbiota ruminal, esses microrganismos benéficos contribuem para o aumento do ganho de peso e da conversão alimentar positiva. Além disso, a inclusão de probióticos na dieta dos bovinos reduz a presença de patógenos no trato digestivo, diminuindo a incidência de doenças e melhorando o bem-estar geral do rebanho (Tabela 1).

Animais que recebem probióticos e prebióticos apresentaram melhor desempenho, ganhando mais peso diariamente e enfrentando menos problemas digestivos. A inclusão desses aditivos na dieta resulta em uma saúde intestinal melhor, promovendo maior absorção de nutrientes e eficiência alimentar. Além disso, a redução de patógenos no trato digestivo contribui para o bem-estar geral do rebanho. Os benefícios são notados tanto na produtividade quanto na saúde dos animais.


Tabela 1 – Desempenho de bovinos confinados recebendo ou não bactérias láticas como probiótico.

A adoção desses aditivos na pecuária não é apenas uma questão técnica; trata-se também de uma estratégia econômica. Com margens cada vez mais apertadas no setor agropecuário, qualquer incremento na eficiência produtiva pode fazer uma enorme diferença nos resultados financeiros. Além disso, o uso desses compostos está alinhado às exigências crescentes dos consumidores por alimentos produzidos de forma sustentável e sem resíduos químicos.

Embora os benefícios sejam claros, é fundamental que a aplicação seja feita com base em orientações técnicas adequadas, considerando fatores como tipo de rebanho, fase produtiva e composição da dieta. A escolha do produto correto e sua dosagem podem ser determinantes para alcançar os resultados desejados.

Os probióticos e prebióticos representam uma ferramenta poderosa para aumentar as arrobas produzidas por hectare ou por animal. Ao investir nesses aditivos naturais, o pecuarista não apenas melhora a saúde do rebanho e otimiza a produtividade, mas também contribui para uma pecuária mais sustentável e competitiva no mercado global.


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