As exportações brasileiras de carne suína e de frango tiveram desempenho expressivo no primeiro trimestre de 2025, indicando um cenário positivo para o setor de proteína animal. Segundo dados divulgados nesta terça-feira (8) pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), os embarques de carne suína totalizaram 336,8 mil toneladas entre janeiro e março, um crescimento de 16,4% em relação ao mesmo período do ano passado. Já a carne de frango alcançou 1,39 milhão de toneladas exportadas, alta de 13,7% no comparativo anual.
A receita com a carne suína somou US$ 789 milhões no trimestre, salto de 32% frente aos três primeiros meses de 2024. No mesmo período, a carne de frango gerou US$ 2,6 bilhões em receita, crescimento de 21%. O desempenho robusto das exportações reflete o fortalecimento do setor, impulsionado especialmente pela diversificação dos mercados e aumento na demanda de países asiáticos.
Entre os destaques da carne suína, as Filipinas assumiram a liderança nas compras, com importações de 27 mil toneladas apenas em março – volume 85% superior ao registrado no mesmo mês de 2024. Outros países também contribuíram para os bons resultados, como Japão (9,8 mil t, +83,4%), Hong Kong (12,5 mil t, +68,2%) e Chile (8,4 mil t, +12,7%). Em contrapartida, a China, historicamente o principal destino, apresentou queda de 27,3%, com 14,1 mil toneladas embarcadas.
No caso da carne de frango, a China também liderou as importações em março, com 46,4 mil toneladas, aumento de 19,3%. A Arábia Saudita aparece na sequência com 40,5 mil toneladas (+15,7%). As Filipinas novamente se destacaram, com alta de 43,6%, totalizando 25,1 mil toneladas. Apesar de algumas quedas pontuais – como nos Emirados Árabes Unidos (-21%), Japão (-5,5%) e África do Sul (-4,7%) – o setor mantém projeções otimistas graças à variedade de destinos e à valorização de mercados estratégicos.
Segundo Ricardo Santin, presidente da ABPA, o desempenho confirma a resiliência e solidez do setor: “Praticamente todos os mercados importadores de carne suína registraram alta expressiva em março, com crescimento acima de dois dígitos. Já na carne de frango, superamos a média mensal histórica com mais de 460 mil toneladas exportadas, o que sinaliza uma possível revisão para cima nas projeções de 2025”, afirmou.
Com os bons números nos dois segmentos, a expectativa é de que o Brasil continue consolidando sua posição como um dos principais fornecedores globais de proteína animal.