Guerra comercial derruba preço da soja e acende alerta no Brasil

Retaliação da China aos EUA pressiona cotações globais, mas abre oportunidade para avanço brasileiro no mercado chinês

- Da Redação, com Canal Rural
07/04/2025 08h38 - Atualizado há 7 horas
Guerra comercial derruba preço da soja e acende alerta no Brasil
Foto; reprodução

A nova escalada da guerra comercial entre Estados Unidos e China já causa turbulência no mercado internacional da soja. Após o presidente norte-americano Donald Trump anunciar um pacote tarifário agressivo, a China respondeu nesta sexta-feira (4) com a imposição de uma tarifa adicional de 34% sobre todos os produtos dos EUA — incluindo a soja, uma das principais exportações norte-americanas.
 

A medida repercutiu imediatamente nas bolsas e no mercado físico. Em Chicago, o contrato futuro com vencimento em maio caiu 2,44% na semana, fechando a US$ 9,98 por bushel — abaixo da marca simbólica dos US$ 10. 
 

No Brasil, os preços da saca de 60 quilos também recuaram: Porto de Paranaguá (PR): de R$ 133 para R$ 131; Passo Fundo (RS): de R$ 130 para R$ 128; Cascavel (PR): de R$ 126 para R$ 124; e em Rondonópolis (MT); de R$ 115 para R$ 112.
 

Apesar da queda inicial, analistas acreditam que o Brasil poderá se beneficiar da nova configuração comercial. Fernando Iglesias, da consultoria Safras & Mercado, destaca: “Se essas tarifas se mantiverem por mais tempo, o Brasil tende a ganhar espaço no mercado chinês, que é o maior comprador mundial de soja.”
 

O analista Rafael Silveira também vê cenário favorável no médio prazo, especialmente com o avanço da colheita no Brasil. “A China deverá intensificar suas compras aqui, reduzindo a dependência dos EUA, que devem ver seus embarques caírem no segundo semestre.”
 

Por outro lado, Gabriel Viana, também da Safras & Mercado, faz um alerta: “A política externa de Trump é baixista para todo o complexo soja. A imposição generalizada de tarifas afeta a confiança dos mercados e pressiona os preços internacionais.”
 

Com a colheita praticamente encerrada no Brasil e o início da safra na Argentina, a América do Sul deve se consolidar como principal fornecedora global nos próximos meses

 

 




 


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