A semana começa com ligeiras elevações para arroba do boi gordo em algumas praças de comercialização do Brasil e, em outras, estabilização de preços. Não dá para dizer que tivemos um cenário de melhora no consumo interno, pois não teve, mas o volume exportado e as movimentações rumo a elevar a participação internacional trazem expectativas melhores. E, em meio a tudo isso, é importante afirmar que teremos o “BOI JAPÃO”.
Sim, não tenho dúvidas que assim como o pecuarista brasileiro “cria” o Boi China, vai criar o “Boi Japão”. Digo isto por conta das características exigidas pelos japoneses para carne adquirida quanto a acabamento, terminação, gordura presente e idade de abate. Não tenho dúvida que a pecuária nacional atende este perfil, em volume e qualidade.
Este fator precisa ser melhor definido, pois quando falamos do outro boi asiático, o China, os negócios têm um foco essencial em idade de abate e volume de carne bovina. Poderia, sim, o Brasil exportar cortes nobre e carne premium para eles. No caso do Japão, a demanda já deve nascer com este foco.
Salvo as considerações políticas que existem, exportar carne bovina para o Japão está bem perto de acontecer e é fruto de um trabalho continuado, de muitas mãos, nos últimos 20 anos. O esforço não é atoa, se considerarmos os valores pagos pelos japoneses pela tonelada de carne bovina australiana e norte-americana, vamos ver preços na casa de US$ 9 mil, US$ 10 mil. A nossa média geral no valor da tonelada exportada está em torno de US$ 4.900, o que justifica todo o esforço para atingir um mercado que paga bem e é o terceiro maior importador do mundo.
As ações feitas em gestões anteriores, a maneira como os responsáveis pela defesa sanitária no país atuam e atuaram e as relações exteriores do Ministério da Agricultura nestes quase 20 anos anteriores garantem o que falta. Foi o trabalho de muita gente e um claro esforço na ex-ministra da agricultura, senadora por Mato Grosso do Sul, Tereza Cristina da Costa, que o Brasil foi se tornando e classificando livre de febre aftosa sem vacinação. Condição primordial para atender mercados mais exigentes, como o japonês.
Relevante falar que o Vietnã também se abre para a carne bovina brasileira. A confiança nos fatores é tão expressiva que as posições de outubro, novembro e dezembro negociadas na B3, contam com aumento de contratos negociados e posições girando a R$ 340,00 por arroba.
Para a semana, é possível vermos elevações nas propostas de pagamento das indústrias frigoríficas maiores em São Paulo, Mato Grosso do Sul e Paraná. O movimento já começou em praças paulistas e em Campo Grande.