Aprosoja-MT alerta para fila de caminhões e falta de armazéns para escoamento
POR ESTADÃO CONTEÚDO
12/03/2025 11h58 - Atualizado há 5 horas
São Paulo, 12 - A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) afirmou, em nota, que a falta de armazéns e a precariedade da infraestrutura no Estado têm agravado os problemas logísticos da safra de soja 2024/25. Segundo a entidade, caminhões enfrentam filas de até três dias para descarregar, enquanto as chuvas prolongadas prejudicaram a qualidade dos grãos e atrasaram o escoamento da produção.
"A falta de infraestrutura no Estado de Mato Grosso, e eu digo principalmente da região leste por ser onde eu planto, é enorme. A carroceria do caminhão acaba sendo um instrumento de armazenagem para o produtor rural", afirmou Luiz Pedro Bier, vice-presidente da Aprosoja-MT e produtor em Gaúcha do Norte.
Em comunicado, ele destacou que os custos logísticos aumentaram. "Os caminhões cobram mais porque ficam parados na fila, esperando para descarregar. Então é um custo, que é direto ao produtor."
De acordo com o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), até 20 de fevereiro, a colheita de soja no Estado avançou para 50,08% da área plantada, abaixo dos 65,07% registrados no mesmo período do ano passado. Segundo a Aprosoja-MT, o ritmo acelerou em março, chegando a 91,84%, mas os desafios logísticos continuam.
A entidade apontou que, além da demora na descarga, armazéns têm recusado cargas com sementes fora do padrão. "Nossa logística é bem complicada, e a nossa região sofre muito com falta de armazém", disse Alexandre Falchetti, delegado coordenador da entidade em Marcelândia. Segundo ele, os caminhões esperam até 36 horas para descarregar e, muitas vezes, não conseguem.
De acordo com a entidade, a dificuldade de armazenamento causa impacto nas exportações. Segundo o Imea, de janeiro a fevereiro de 2025, o Brasil exportou 7,5 milhões de toneladas de soja, uma queda de 20,77% ante o mesmo período do ano passado. Em Mato Grosso, as exportações somaram 2,65 milhões de toneladas, redução de 24,43%. No comunicado, a defendeu mais investimentos em infraestrutura para melhorar o escoamento da safra.
Fonte: ESTADÃO CONTEÚDO
FONTE: ESTADÃO CONTEÚDO