Incerteza no plantio da segunda safra impulsiona alta nos preços do milho no Brasil

Atraso na semeadura e oferta limitada elevam cotações na B3 e no mercado físico

- Da Redação, com Notícias Agrícolas
24/02/2025 08h23 - Atualizado há 1 semana
Incerteza no plantio da segunda safra impulsiona alta nos preços do milho no Brasil
Foto: reprodução

Os preços futuros do milho na Bolsa Brasileira (B3) finalizaram a sexta-feira (21) com valorização. As principais cotações registraram alta de até 2,7%, variando entre R$73,75 e R$85,10 por saca, acumulando ganhos de até 5,4% na semana.
 

De acordo com Enilson Nogueira, analista da Céleres Consultoria, dois fatores fundamentais impulsionaram essa alta expressiva: a escassez de oferta no mercado e o atraso no plantio da segunda safra. Apesar de a colheita da safra de verão já ter ultrapassado 30%, a produção não é suficiente para atender a demanda interna, prolongando o período de entressafra.
 

O atraso no plantio da safrinha também tem preocupado o mercado, que já precifica o risco de perdas na produção. Embora as atividades tenham ganhado ritmo em fevereiro, o atraso significativo em janeiro comprometeu o cronograma. Em Mato Grosso, por exemplo, a semeadura está duas semanas atrasada em relação à média histórica.
 

Neste cenário, os preços na B3 seguem acima de R$ 75, com indicações de R$ 55 no Mato Grosso. Segundo Nogueira, produtores que ainda não comercializaram sua safra podem aproveitar o momento para fechar parte das vendas, mas sem se expor excessivamente ao mercado, dada a incerteza da colheita.
 

Os contratos futuros do milho na B3 registraram expressivas valorizações ao longo do pregão. O vencimento para março/25 fechou em R$ 85,10, com alta de 2,78%, enquanto o contrato de maio/25 subiu 1,96%, alcançando R$ 80,16. O milho para julho/25 teve valorização de 1,02%, cotado a R$ 74,20, e o contrato de setembro/25 apresentou um crescimento de 0,81%, fechando em R$ 73,75. Essa valorização é resultado da incerteza quanto ao plantio da segunda safra e a possível baixa oferta do cereal no mercado brasileiro.
 

Na semana, os contratos futuros acumularam altas de 5,48% para março/25, 3,86% para maio/25, 1,55% para julho/25 e 1,03% para setembro/25. No mercado físico, a saca de milho também registrou ganhos em praças como Castro (PR), Sorriso (MT), Jataí (GO), Rio Verde (GO) e Campinas (SP).

 

Internacional
 

Na Bolsa de Chicago (CBOT), os preços do milho futuro tiveram um dia de queda, recuando até 1,5%. Segundo Nogueira, a baixa se deve a um movimento de realização de lucros após as recentes valorizações. Ainda assim, a perspectiva para o milho internacional segue positiva, impulsionada pela redução dos estoques globais da safra 2024/25.
 

Os futuros do milho na CBOT também registraram desvalorizações no pregão. O contrato de março/25 fechou em US$ 4,91, com queda de 1,36%, enquanto o vencimento para maio/25 caiu 1,51%, sendo negociado a US$ 5,05. O milho para julho/25 recuou 1,40%, encerrando a sessão a US$ 5,09, e o contrato de setembro/25 teve desvalorização de 1,04%, cotado a US$ 4,77. As perdas refletem um movimento de ajuste técnico e a expectativa pelo relatório do Outlook Fórum do USDA, que pode influenciar a área plantada de milho nos Estados Unidos na próxima safra.
 

Na semana, os futuros do milho nos EUA caíram 1,01% para março/25, 0,74% para maio/25 e 0,34% para julho/25, enquanto setembro/25 teve alta de 0,47%.


 

 


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