Semana começa com alguma pressão para arroba do gado pronto e fortalecimento do mercado atacadista de carne bovina

Fabiano Reis
11/02/2025 09h08 - Atualizado há 1 semana
Semana começa com alguma pressão para arroba do gado pronto e fortalecimento do mercado atacadista de carne bovina
Foto: Flavia B. Fiorini / Embrapa

A semana começou próxima a estabilidade para a arroba do gado pronto na praça de referência, São Paulo, entre R$ 323,00 e R$ 325,00 por arroba, com quedas mais expressivas nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. Os números gerais mostram também redução na oferta de carcaça casada de boi castrado no mercado atacadista paulista e exportações de carne bovina em 9,4 mil toneladas por dia na primeira semana de fevereiro.

Um dos fatores que marcam o começo de 2025 está no aumento de oferta de fêmeas para abate após um ano de abates recordes. Não que seja “uma novidade” do ponto de vista sazonal, após uma estação de monta haver elevação, mas a pressão causada pela maior oferta é expressiva nos estados de Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Mato Grosso. Nos estados citados, as fêmeas têm determinado a queda de preços dos machos. Outro elemento relevante para observação, está em torno do período de oferta de vacas de descarte que não emprenharam. Normalmente ocorre entre janeiro e março, mas que pode se estender até abril onde a estação de monta foi afetada pela estiagem e atrasou, como no Mato Grosso do Sul.

Como citei as cotações fragilizadas pela oferta de fêmeas, é importante ressaltar que temos patamares bem melhores do que no mesmo período do ano passado. Quase incomparável, com o “Boi China” em São Paulo negociado a R$ 327,00, no Mato Grosso em R$ 320,00, Mato Grosso do Sul R$ 312, Goiás e Minas Gerais em R$ 310,00, valores a prazo, livres de descontos.

No mercado físico do boi comum há perdas em algumas praças, natural para uma economia com previsão de encerrar o ano com o índice de preços ao consumidor amplo, que mensura a inflação em 5,58%, após nova alta anunciada nesta segunda-feira, dólar em R$ 6,00, juros em 15% e a expectativa do PIB – Produto Interno Bruto, recuando para 2,03%, de acordo com relatório Focus, do Banco Central. Os dados refletem como 2025 deve encerrar e também o cerceamento do poder de compra da população brasileira. Só para lembrar, optar por não comprar ou escolher outro produto no supermercado, como sugerido recentemente, faria sentido se estivesse falando de aquisição de bem de baixa necessidade, algo dispensável. Alimento é de alta necessidade e, no caso do complexo carnes, todas estão mais caras e não se trata apenas da relação que há entre elas e suas cadeias produtivas, mas também com o tal poder de compra.

O parágrafo anterior ressalta a importância do mercado doméstico de carne bovina, que consome quase 70% da carne bovina brasileira. Mercado que viu o atacado paulista pagar mais pela carcaça casada de vaca e novilha, com valores entre R$ 19,10 e R$ 20,10 o quilo. Também registrou alta para a carcaça casada de boi castrado, com quase 2% de elevação nesta segunda-feira.

Para encerrar, a primeira semana de embarques de carne bovina registrou 47,3 mil toneladas exportadas, com média diária de 9,4 mil toneladas, alta de 0,80% frente a fevereiro/24. O preço da tonelada está em US$ 4.960, 9,6% mais alto que o mesmo mês no último ano.


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