A carne está mais valorizada e deve se manter assim durante 2025
André Luiz Casagrande
24/01/2025 09h04 - Atualizado há 6 dias
Foto: Reprodução
A redução na oferta de animais no campo, que reflete a inversão do ciclo pecuário, foi um dos fatores que contribuíram para o aquecimento dos preços da carne no ano passado. A reversão desse cenário é gradual e começa com a retenção de matrizes, um movimento natural do ciclo da pecuária. “Essa prática amplia o rebanho ao longo do tempo, equilibrando oferta e demanda. Além disso, os pecuaristas vêm intensificando o manejo reprodutivo e adaptando estratégias, como a melhoria das pastagens e a suplementação em períodos críticos, para aumentar a eficiência da cria e recria, beneficiando o avanço também do ciclo de engorda, afirma Jaqueline Casale Pizzolato, Diretora Comercial e de Marketing da Casale.
Nesse aspecto, várias ferramentas modernas, são usadas para otimizar custos, melhorar a qualidade do rebanho e se preparar para atender ao mercado interno e cumprir as exigências do mercado internacional. Jaqueline diz que o produtor tem hoje uma diversidade grande de manejos que podem ser adotados, e em todas as etapas produtivas do animal.
Na Cria, as boas práticas de melhoramento genético e seleção animal, aliadas a protocolos de IATF - Inseminação artificial em tempo fixo, devem ser aliados importantes para o criador. “Claro que não podemos deixar de fora o manejo nutricional para as vacas e também os bezerros. O manejo de pasto deve ser eficiente e uma boa estratégia de creep feeding pode ser adotada para se antecipar a desmama. Como resultado, obtemos rebanhos de maior qualidade, vacas com maior aptidão materna, bezerros mais precoces, encurtamento das estações de monta, ciclos reprodutivos e de desmame”, comenta.
Já na Recria, fase que se inicia com o desmame do bezerro, o objetivo é expressar ao máximo o potencial genético dos animais, e reduzir o tempo para destinar os animais para engorda. E o manejo nutricional aqui deve ser o mais relevante. “No Brasil, diferente dos EUA, a recria é majoritariamente feita a pasto, uma vez que temos grande disponibilidade de forragem. Contudo, um manejo dedicado deve ser considerado, e forrageiras de alta qualidade devem ser consideradas para maior eficiência alimentar dos animais. Também em ritmo crescente, a estratégia de suplementação a pasto, ou práticas como por exemplo do Boi 777 têm sido adotadas com sucesso em todo o país”, informa a especialista.
Já na fase da Engorda, para um melhor resultado econômico-financeiro, o objetivo é obter um animal de alta qualidade, no menor tempo possível, e menor espaço. Para isso, desde os anos 80, e em ritmo crescente, no Brasil o produtor vem ampliando a terminação de seus animais em confinamentos, prática que naquela época já era largamente adotada nos EUA. Aliada a esse sistema de produção, temos disponíveis inúmeras estratégias e tecnologias nutricionais, manejo adequado e técnicas de bem-estar animal.
“O produtor deve adotar também práticas de maior controle dos índices econômicos e zootécnicos, além da utilização de ferramentas para o monitoramento de dados sobre a produção e o desempenho dos animais. A escolha e uso de equipamentos para a mistura de excelência da dieta e sua distribuição, garante maior aproveitamento dos recursos e atende a padrões exigidos pelos mercados interno e externo, como uniformidade do rebanho e qualidade da carne” diz Jaqueline.
Por fim, ela considera que esse é o momento para o pecuarista fortalecer sua gestão e buscar maior eficiência produtiva, independentemente do porte da propriedade. “Investir em práticas que garantam a qualidade do produto, como manejo adequado e índices zootécnicos sólidos, contribui para manter uma boa margem, mesmo em períodos de oscilação ou baixa de preços. Além disso, trabalhar a rastreabilidade e atender às demandas específicas do mercado externo são estratégias que reforçam a presença do Brasil como líder no setor”, conclui.