Revestimento comestível dá vida longa ao morango e promete reduzir desperdícios

Tecnologia sustentável e econômica feita com resíduos agrícolas e pesqueiros pode transformar o mercado

- Da Redação, com Canal Rural
16/01/2025 08h53 - Atualizado há 1 dia
Revestimento comestível dá vida longa ao morango e promete reduzir desperdícios
Foto: reprodução

Pesquisadores do Instituto de Química de São Carlos (IQSC-USP) desenvolveram um biofilme comestível que dobra a vida útil do morango, fruta conhecida pela alta perecibilidade. Produzido a partir de antioxidantes extraídos da casca de romã e quitosana obtida de lulas, o revestimento mostrou-se eficiente em reduzir a contaminação por fungos, preservar a textura e o aroma, e minimizar perdas durante o armazenamento refrigerado.

 

Nos testes realizados, os morangos tratados apresentaram 11% menos perda de peso após 12 dias refrigerados e atrasaram a contaminação por fungos para até 8 dias, contra 4 dias dos frutos sem proteção. Além disso, 40% a mais de compostos aromáticos foram preservados, destacando o aroma característico da fruta. Avaliações sensoriais confirmaram que o sabor, aroma e aparência dos morangos não foram alterados, comprovando o potencial comercial da tecnologia.

 

A película, que custa cerca de R$ 0,15 por fruta, é feita de resíduos agroindustriais, como cascas de romã e quitosana de lulas, uma alternativa à versão obtida de camarões, que pode causar alergias. "Essa solução sustentável e acessível beneficia produtores e consumidores ao aumentar a durabilidade e reduzir perdas", afirma Mirella Bertolo, pós-doutoranda e autora do estudo.

 

A pesquisa, desenvolvida em parceria com a Embrapa Instrumentação e a UFSCar, contou com financiamento da Fapesp e já tem pedido de patente. Os cientistas buscam empresas interessadas em licenciar a tecnologia, que pode revolucionar o mercado de frutas frescas, especialmente o de morangos, frequentemente descartados por deterioração precoce.

 

 


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