Pesquisadores brasileiros implementaram uma metodologia inovadora que utiliza drones com câmeras RGB para acelerar a seleção de plantas de milho geneticamente modificadas resistentes à seca. O processo, testado em Campinas (SP), promete tornar a pesquisa agrícola mais eficiente e acessível, reduzindo custos e tempo de análise.
O estudo, conduzido pelo Centro de Genômica Aplicada às Mudanças Climáticas (GCCRC), uma parceria entre a Embrapa e a Unicamp com apoio da Fapesp, foi publicado na revista The Plant Phenome Journal. A abordagem substitui métodos manuais demorados por voos semanais de drones, que capturam imagens das plantações para gerar índices sobre a saúde das plantas.
“Antes, levávamos vários dias para medir características como produção de grãos e tempo até a floração. Agora, fazemos isso em poucas horas”, explica Juliana Yassitepe, pesquisadora da Embrapa e autora do estudo.
Os experimentos envolveram 21 variedades de milho, incluindo 18 modificadas para tolerância à seca. A análise mostrou que câmeras RGB, mais baratas que as multiespectrais, fornecem resultados confiáveis, viabilizando estudos em áreas menores e beneficiando projetos com recursos limitados.
Além disso, os dados coletados foram usados para criar modelos preditivos que simulam o desempenho das plantas em diferentes condições ambientais. “Isso torna o processo mais rápido e acessível, facilitando a seleção de variedades promissoras”, destaca Helcio Pereira, pesquisador e coautor do estudo.