27/12/2024 às 09h21min - Atualizada em 27/12/2024 às 09h21min

Seleção em programas genéticos é voltada para o peso ao abate e ao peso de carcaça

André Luiz Casagrande
Foto: Reprodução
Os critérios de seleção em programas de melhoria de bovinos e a sua importância produtiva e econômica estão correlacionados ao peso ao abate e ao peso de carcaça. Também são favoráveis à seleção, desde que sejam aplicados critérios de seleção em programas de melhoramento genético voltados para o gado bovino.
 
De acordo com Fernando Sebastián Baldi Rey, pós-doutor em Genética e Melhoramento Animal, professor do Departamento de Zootecnia da Unesp de Jaboticabal e pesquisador sênior da Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores (ANCP), as características de crescimento em relação ao peso ao abate e ao peso de carcaça têm forte correlação ao peso no nascimento, na desmama e a um ano.
 
“O peso de abate se correlaciona favoravelmente com a proporção de peso de carcaça e de abate. Pensando em aumentar a proporção de carne, os pesos e as medidas da ultrassonografia, assim como a olho, que são as características que os programas de melhoramento priorizam visando aumentar a produção de carne” enfatiza o professor.
 
O pesquisador destaca que características relacionadas ao crescimento são critérios de seleção em programas de melhoria de bovinos, devido à sua importância produtiva e econômica e por estarem correlacionadas com o peso ao abate e peso de carcaça.
 
“Quando se seleciona animais para maior peso de desmama ou peso a um ano, para obter uma resposta correlacionada ao peso de abate, o interessado acaba aumentando o peso das fêmeas, que está relacionado, de forma direta, com a eficiência nutricional e também com a capacidade de lotação da fazenda, porque, quem tem vacas mais pesadas, com mais eficiência, vai ter que diminuir o número de cabeças que vai ter na fazenda, se não aumentar a capacidade nutricional do sistema”, informa o especialista.
 
Segundo Baldi, do ponto de vista fenotípico, quando o selecionador quer aumentar o tamanho dos animais, isso traz novas condições, sobretudo extensivas, que podem não oferecer um suporte nutricional adequado, pois as fêmeas mais exigentes têm dificuldade em emprenhar logo após o parto, em razão do maior desbalanço energético, sobretudo quando não conseguem receber uma dieta adequada.
 
Preocupação dos grandes melhoramentos
“Então, esse ponto é sempre uma preocupação dos grandes melhoramentos, especialmente em produção comercial, onde não é constante, e têm, como exigência, aumentar a performance dos animais”, explica o professor. “Para as fêmeas, de maior peso e tamanho, é possível fazer uma mudança na composição, podendo ter animais com genética muscular, com melhor quantidade de músculo, que é o tecido de reserva”, indica.
 
Por isso, Baldi afirma que a seleção para maior tamanho estar acompanhada, também, pela seleção de característica relacionada com a composição de carcaça. “Ou seja, não é que não posso selecionar para aumentar o peso, mas preciso de outras características, visando diminuir os efeitos desfavoráveis, que tem a seleção somente por crescimento”, ressalta.
 
Pesquisa da ANCP
Em 2018, a equipe de pesquisa da ANCP, em colaboração criadores associados que forneceram dados fenotípicos de facilidade de parto de primíparas FPP, está trabalhando no desenvolvimento de uma DEP para FPP em novilhas precoces da raça Nelore.
 
Com dados baseado em 40.000 registros de FPP e mais de 300 mil animais genotipados, classificando os partos como normais, sem assistência, ou partos anormais com assistência, a ANCP apresentou a nova DEP para FPP em agosto deste ano, durante a 17ª ExpoGenética, em Uberaba (MG). Esses resultados deverão contribuir ainda mais para o melhoramento genético dos rebanhos bovinos.

Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Comentar

*Ao utilizar o sistema de comentários você está de acordo com a POLÍTICA DE PRIVACIDADE do site https://canalpecuarista.com.br/.