02/12/2024 às 11h03min - Atualizada em 02/12/2024 às 11h03min
Brasil reage a boicote à carne do Mercosul
Parlamentares brasileiros vão discutir estratégias para enfrentar as críticas à carne bovina sul-americana
- Da Redação, com MoneyTimes
Foto: Reprodução Representantes do Brasil no Parlamento do Mercosul (Parlasul) irão debater neste mês de dezembro o boicote à carne bovina do bloco, provocado por protestos de produtores rurais franceses contra o acordo de livre comércio com a União Europeia. O encontro, marcado para ocorrer em Montevidéu, no Uruguai, entre os dias 9 e 12 de dezembro, será o palco de discussões sobre como reagir às recentes tentativas de exclusão da carne do Mercosul do mercado europeu.
A polêmica começou com declarações do CEO global do Carrefour, Alexandre Bompard, que anunciou publicamente a decisão de sua rede de não comercializar carne proveniente do Mercosul, além de criticar a qualidade do produto. Após a repercussão negativa e a interrupção do fornecimento para a rede no Brasil, a empresa se retratou e enviou uma carta de desculpas ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro. Além disso, a rede francesa Les Mousquetaires também se comprometeu a não adquirir carne do Mercosul.
O senador Nelsinho Trad, presidente da Representação Brasileira no Parlasul, expressou sua preocupação com os impactos econômicos do boicote, destacando que tal atitude afetará diretamente os produtores que investem em carne de qualidade, com condições sanitárias adequadas e embalagens apropriadas para exportação à Europa.
A tensão entre os produtores do Mercosul e os da União Europeia se intensificou após manifestações de deputados franceses, incluindo a comparação da carne brasileira a “lixo” por Vincent Trébuchet, o que gerou uma resposta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em defesa dos interesses brasileiros, a Comissão de Agricultura do Senado também aprovou uma moção de repúdio à declaração do parlamentar francês.
A Representação Brasileira no Parlasul afirmou que levará o tema à Sessão Plenária de dezembro, com o objetivo de discutir estratégias conjuntas para enfrentar essa medida, que afeta não apenas o Brasil, mas todos os países do Mercosul. A expectativa é que o Parlasul atue politicamente para fomentar o diálogo com a União Europeia, garantindo que os interesses do setor produtivo sul-americano sejam defendidos.