29/11/2024 às 11h47min - Atualizada em 29/11/2024 às 11h47min
Sêmen sexado na IATF fortalece os resultados da pecuária de corte
Tecnologia promove ganho de escala
André Luiz Casagrande
Foto: Reprodução Por conta da qualidade da tecnologia mais moderna, os resultados são melhores do que os da tecnologia antiga. A vantagem é a viabilidade econômica de utilizar essa tecnologia a campo em grande escala. Os projetos de corte, em sua maioria, visam escala e têm volume, por isso, é preciso pensar que o custo do investimento nessa tecnologia é caro. Neste contexto, a inseminação artificial em tempo fixo (IATF), a partir do sêmen sexado, desempenha um papel importante.
Segundo o Gerente Técnico e Ferramentas Genéticas Corte da ABS, Marcus Vinícius Costa, que fez essa primeira análise, a utilização do sêmen sexado, que permite escolher o sexo do animal antes da inseminação artificial, está revolucionando a pecuária brasileira. “Lançado em 2017 pela ABS, o sêmen sexado Sexcel comprova sua eficiência a campo, com mais de 17 mil diagnósticos de gestação em 120 fazendas brasileiras e mais de 46% de taxa de concepção”, conta.
Para melhorar os resultados da IATF, o especialista recomenda ao produtor: usar o Sexcel nas fêmeas que manifestaram o cio durante o protocolo de IATF e, nas outras, usar o sêmen convencional. “Essa estratégia proporciona aos produtores os resultados do Sexcel até superiores aos do sêmen convencional”, ressalta.
O especialista diz que é possível obter resultados similares aos do convencional, conseguindo ter viabilidade econômica e utilizar a campo. “A partir do momento em que eu consigo escolher qual o sexo do animal, por exemplo, quando estou fazendo um acasalamento dirigido, ainda consigo ver o sexo do animal que eu quero que nasça daquele acasalamento, o que proporciona um ganho genético anual maior”, comenta.
Para fazer isso, ele afirma que passa a escolher sexado de fêmea, que tem um papel importante, pois ela é multiplicadora e vai ser uma futura mãe. “Para eu saber quem vai ser a mãe, o melhoramento genético vai perpetuar a partir das fêmeas que ficarem na fazenda, ou seja, quero que as melhores vacas sejam as mães da minha futura reposição”, argumenta.
“Então, para isso, vou fazer um plano genético para identificar quem são essas fêmeas, uma avaliação, traçar o plano, que é uma estratégia genética para ser utilizada, ou seja, para escolher as melhores vacas, com base em determinados critérios, e que serão as mães na futura reposição”, explica.
“Já nas fêmeas de desempenho inferior, aquelas que não se desempenham da mesma forma que as melhores dentro do meu sistema de produção, eu ainda quero obter lucro com elas. Então, eu mudo o sexado de um macho, porque os machos eu estou comercializando todos, salvo exceções em projetos de seleção genética, de volume de produção de carne”, detalha.
O executivo afirma que todos vão para a linha final. “Vendo de bezerros na desmama ou ao abate do ciclo final e, dessa forma, escolho que as fêmeas inferiores não vão perpetuar a genética dentro da minha fazenda”, informa.
De modo geral, ele diz que a contribuição delas refere-se ao aumento da genética anual, pensando no acréscimo da intensidade de seleção. “Dessa forma, sou mais assertivo ao escolher quem serão as minhas mães para futuras reposições. Então, preciso praticamente do dobro de fêmeas, para eu expor ao trabalho de reposição”, revela.
Quando se trabalha com tecnologia sexada, ele afirma que pode dobrar a intensidade de seleção. “Assim, posso cortar, pela metade, as fêmeas que vão fazer reposição. Sou mais assertivo e, por isso, elevo a intensidade da seleção, o aumento e o ganho genético anual”, esclarece.
Ele também destaca que o papel do sêmen sexado visa proporcionar maior ganho na genética anual, além de ter um planejamento estratégico dentro da fazenda. “Ou seja, não adianta usá-lo de modo geral. É preciso orientação adequada para obter os resultados genéticos que ele consegue proporcionar. Com isso, você tem o controle de todo o futuro da sua fazenda”, arremata o gerente.