O empresário José Ricardo Santana, ex-funcionário da Anvisa, deixou a agência em março de 2020 para trabalhar no Ministério da Saúde, a convite do então diretor de Logística, Roberto Dias. Apesar do convite, ele não chegou a assumir o cargo.
Em depoimento à CPI da Covid nesta quinta-feira, Santana disse que a nomeação não se concretizou devido às frequentes mudanças de ministro na Pasta. Não esclareceu, contudo, se chegou a trabalhar no ministério informalmente, como já ocorreu com outras pessoas.
Santana foi criticado pelos senadores pela falta de memória. Ele disse não se lembrar qual era a sua remuneração na Anvisa, por exemplo. Também não conseguiu lembrar se chegou a conhecer Jair Renan, filho do presidente Jair Bolsonaro.
Senadores afirmaram que Jair Renan estaria em um jantar na casa da advogada Karina Kufa, que representa o presidente da República. Foi nesse evento que Santana teria sido apresentado ao lobista Marconny Albernaz, que intermediava contratos no governo.
"Seu problema não é com a CPI, é um problema médico", ironizou o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), em referência à suposta falta de memória de Santana.
Amparado por uma liminar do Supremo Tribunal Federal (STF), ele não se comprometeu a dizer a verdade no depoimento.
Santana também estava presente no jantar em que o ex-diretor da pasta Roberto Dias teria pedido propina em um contrato de vacinas.