A produção de grãos no Brasil está projetada para atingir 379 milhões de toneladas nos próximos dez anos, representando um crescimento de 27%. Esse aumento está previsto em um estudo da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), realizado em colaboração com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Entre as principais culturas que devem puxar esse crescimento estão a soja, o milho da safra de inverno e o trigo.
De acordo com o estudo "Projeções do Agronegócio, Brasil 2023/2024 a 2033/2034", a área plantada deve aumentar em 15,5%, totalizando 92,2 milhões de hectares. A produtividade será um fator essencial para esse crescimento, como destaca Silvio Farnese, diretor de Análise Econômica e Políticas Públicas do Mapa. Ele ressalta que "parte importante do crescimento da área plantada será apoiada pelo Programa de Recuperação de Áreas Degradadas", que oferece linhas de crédito favorecidas para a regeneração produtiva de superfícies com baixa produtividade.
As culturas que devem apresentar o maior aumento nas áreas plantadas incluem a soja, com uma elevação de 25,1%, o milho da safra de inverno (24,9%), o trigo (18,4%), o arroz (20,3%) e o feijão (38,1%). O consumo interno de milho, farelo e óleo de soja continuará sustentando o crescimento da produção de proteínas de origem animal, que deve chegar a 24,7 milhões de toneladas.
O milho, por exemplo, deverá atingir 153,1 milhões de toneladas, representando um crescimento de 32,3%. Esse aumento está alinhado à prática de sucessão de cultivo com a soja, enquanto o consumo estimado deverá crescer 30,4%, alcançando 109,8 milhões de toneladas. A soja, por sua vez, continuará a ser a cultura de maior produção entre os grãos, com uma estimativa de 199,4 milhões de toneladas, um aumento de 52 milhões de toneladas em relação ao período anterior.
Além disso, a produção de café deve aumentar 31,9%, totalizando 72 milhões de sacos, atendendo ao crescimento do consumo que deve alcançar 27 milhões de sacos. Para as exportações, as carnes devem ter um crescimento considerável: aves (+29,7%), suínos (+22,5%) e bovinos (+27,1%). Este cenário é impulsionado por acordos feitos pelo governo brasileiro com diversos países, assegurando a posição do Brasil como um forte exportador de proteínas no mercado internacional.
A publicação do estudo serve como uma importante ferramenta para direcionar políticas públicas e fornecer indicações ao setor privado sobre o comportamento esperado da produção, consumo e exportação dos principais produtos agropecuários.