Em um cenário desafiador para a cultura do trigo no Brasil, a Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo) revelou que o desempenho dos moinhos em 2024 ficou abaixo da média histórica. Rogério Tondo, presidente do conselho deliberativo da Abitrigo, avaliou a atual safra do Rio Grande do Sul como mais favorável que a anterior, mas destacou que o setor enfrenta dificuldades devido à volatilidade cambial e ao impacto direto nas importações de trigo. “O ideal seria um câmbio estável, pois a instabilidade afeta violentamente o setor”, comentou Tondo.
Diante das condições climáticas e da oscilação do câmbio, Tondo defendeu a diversificação de fornecedores para reduzir os riscos da dependência de regiões específicas de produção. “O trigo da Rússia, por exemplo, funciona como um regulador de preços no mercado internacional, ajudando a evitar que os preços do trigo estadunidense subam ainda mais”, observou. Para a indústria, o equilíbrio é essencial: “Queremos que o produtor tenha bons resultados e continue investindo, mas os preços também precisam ser acessíveis para o consumidor final.”
No 31º Congresso Internacional da Indústria do Trigo, realizado pela Abitrigo em Foz do Iguaçu, Tondo destacou o crescimento do evento, que reuniu 557 participantes, incluindo 93 internacionais, com um aumento de 20% no público em relação ao ano passado. “O congresso é uma oportunidade única de networking e troca de informações, essencial para fortalecer a indústria,” celebrou o dirigente.