26/08/2021 às 12h43min - Atualizada em 26/08/2021 às 13h40min

China vai comprar do Brasil até 110 milhões de toneladas de soja até 2030

As exportações brasileiras de soja para a China devem ser de 110 milhões de toneladas ao ano até 2030, revela Sumário Executivo do China Agricultural Outlook 2021-2030, lançado nesta quarta (25) pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e pelo InvestSP, que mantém escritório em Xangai. Este ano elas devem ficar na casa dos 100 milhões de toneladas.

Segundo informaçõe da revista Época Negócios, “o panorama 2021-2030 é resultado da 8ª edição da Conferência sobre as Perspectivas Agrícolas da China, realizada em Pequim em abril deste ano” que “foi produzido pelo Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais da China (Mara) e pela Academia de Ciências do Agronegócio da China (CAAS).O evento buscou conhecer as perspectivas para os próximos 10 anos na agricultura chinesa e suas principais culturas, tais como “arroz, trigo, milho, soja, oleaginosas, algodão, açúcar, legumes, batatas, frutas, carne suína, carne aviária, carne bovina e ovina, ovos lácteos, pescados e rações”.

O consumo chinês de soja deve atingir 127 milhões de toneladas em 2030 e a demanda só poderá ser atendida com importações. A produção do país deve ficar, no período, em 20,87 milhões de toneladas, bem abaixo da necessidade doméstica. “Em 2020, a China comprou no exterior 100,33 milhões de toneladas do grão, 13,3% acima do volume” do ano anterior, escreve a Época.

Milho

O milho vai sofrer um processo inverso. Enquanto as previsões são de aumento das importações em 2021, elas mostram que até em 2030 eles devem desacelerar. Este ano a China vai comprar 20 milhões de toneladas, 77% a mais do que em 2020, quando foram 11,3 milhões de toneladas. Uma política interna à produção local deverá elevar áreas plantadas e permitir cortar importações. Em 2030 a China deverá importar 6,5 milhões de toneladas do cereal. A previsão é que a produção chinesa chegue a 330 milhões de toneladas em 9 anos, em 2030.

Carne suína

O rebanho chinês de suínos começa a voltar a ter os mesmos estoques anteriores da peste suína. Para 2021 há a expectativa de produção local de 49,27 milhões de toneladas, 19,8% a mais do que em 2020. O país deve consumir 52,97 milhões de toneladas e importar 3,8 milhões. Mesmo com o crescimento da produção interna, o país vai importar 16,5% a mais do que em 2020.

Em 2025, a produção de carne suína ultrapasse o volume médio, chegando a 57,72 milhões de toneladas.

Frango

A previsão é que a carne de frango tenha um crescimento moderado nessa próxima década, assim como a produção doméstica. O Brasil é o principal exportador dessa proteína aos chineses com 44,2% de participação no total das importações. O consumo de frango pelos chineses vai chegar em 2030 entre 25,63 milhões de toneladas. No mesmo ano, o consumo interno está previsto em 25,27 a 25,55 milhões de toneladas. Indica que as importações devem recuar 35,5% já em 2021, depois de ter crescido 93,7% em 2020. Em 2030 o país deverá importar apenas 700 mil toneladas.

Carne vermelha

Mesmo com todo o esforço do governo chinês para aumentar a produção interna, com modernização e outras políticas, a demanda pela proteína vai crescer num ritmo maior que a produção local. Em 2020 a produção local foi de 684 milhões de toneladas, 1,8% a mais do que em 2019. Em 2025 será de 7,20 milhões e em 2030 de 7,9 milhes de toneladas. Na contramão, o consumo interno este ano será de 8,99 milhões de toneladas e será de 10,3 milhões em 2030. Este ano ser[a necessário importar 2,15 milhões de toneladas e em 2030, 2,4 milhões de toneladas. Exporta 40% de todo o produto importado, seguido da Argentina, com 23%, da Austrália, com12%, Uruguai, com 11% e Nova Zelândia com outros 8%.

"Conhecer as perspectivas econômicas e de produção desse mercado gigante é fundamental para as empresas que já negociam e que querem começar a negociar com o país. O Agricultural Outlook é um documento-chave no planejamento do processo de internacionalização para a China", segundo nota à Revista Época, enviada por Sueme Mori, coordenadora de Inteligência Comercial da Confederação Nacional da Agricultura (CNA).

Segundo a Revista, a taxa de crescimento médio da China nessa década é de 4,9%. A renda anual do chinês deve saltar entre 3% e 6%, dos moradores das zonas rural e urbana. “O que alimenta a perspectiva de importações”.

 

Da Redação.

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