O mercado brasileiro de soja teve um dia positivo na terça-feira (3), com os preços nas principais praças de comercialização em alta. A valorização também foi observada nos contratos futuros em Chicago, refletindo um cenário favorável para os produtores.
Carlos Cogo, consultor em Agronegócios, aponta que a recuperação dos preços foi impulsionada por fatores como eventos climáticos adversos nos Estados Unidos e o comportamento do câmbio no Brasil. “A colheita nos EUA está prestes a começar, e o contrato de setembro de 2024, que reflete essa safra, teve uma recuperação significativa. Após uma queda para US$ 9,66 por bushel, o contrato está se aproximando dos US$ 10 por bushel, em resposta aos problemas climáticos que afetam as lavouras americanas”, explicou Cogo.
No mercado interno, os preços da soja subiram em média R$ 10 por saca desde a segunda quinzena de agosto, incentivando alguns produtores a realizar vendas no mercado spot. Cogo também destaca três fatores principais para o monitoramento: clima, câmbio e prêmios nos portos brasileiros. “O dólar ainda está forte, acima de R$ 5,60, e as cotações futuras em Chicago mostram algum ganho”, comentou.
Além disso, os prêmios nos portos brasileiros estão próximos de 2 centavos por bushel positivos sobre o contrato futuro em Chicago. “Isso significa que, ao invés de US$ 9,99 por bushel, a soja está sendo embarcada na casa dos US$ 12 por bushel, o que representa um ganho expressivo para o produtor brasileiro”, completou Cogo.
Exportações
As exportações brasileiras de soja em grão somaram 83,97 milhões de toneladas entre janeiro e agosto de 2024, um aumento de 3,2% em relação ao mesmo período de 2023, segundo a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec). A China, principal compradora, foi destino de 63,9 milhões de toneladas, representando 76% do total exportado.
Até o final do ano, a Anec estima que as exportações de soja devem atingir 99 milhões de toneladas, levemente abaixo dos 101,3 milhões de toneladas embarcados em 2023. Para setembro, espera-se o envio de 5,626 milhões de toneladas de soja, além de volumes expressivos de farelo de soja, milho e trigo.