Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) e da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC) indicam, segundo a Cdial Halal, que o Brasil vendeu 107,5 mil toneladas de carne bovina para os países árabes entre janeiro a julho deste ano. No ano passado, no mesmo período, a exportação foi de 161,9 mil toneladas. A informação é de Safras & Mercados.
Com 25 mil toneladas, os Emirados Árabes aumentaram as compras em 15% nos primeiros seis meses do ano, comparado ao mesmo período de 2020. A Jordânia comprou 5% mais que em 2020, e o Kwait saiu de 55,51 toneladas no mesmo período, para 808,99 toneladas este ano, informa a ABIEC.
As vendas para os Emirados Árabes resultaram na entrada de US$ 104 milhões, ou 2,4% de todo o volume exportado pelo país, segundo a ComexStar. De qualquer forma, a China continua sendo nosso maior mercado. Compra 56% da carne brasileira exportada e gera receitas em torno de US$ 2,5 bilhões.
Omar Chahine, gerente de Relações Internacionais da Cdial Halal, disse à Safras & Mercados que “o mundo necessita de proteína com qualidade. É importante manter nossa resiliência e continuar com controles sanitários rígidos, buscar e ampliar as oportunidades de negócio”.
O halal (certificação que o abate e o corte respeitam os preceitos do Islamismo) permeia a vida dos árabes em tudo que o que ele usa ou consome. Alimentos, cosméticos, fármacos e outros. Omar conclui à Safras & Mercados que “é importante ressaltar que a certificação não é destinada somente aos muçulmanos, mas para qualquer comunidade que queira um produto de qualidade e seguro”.
Abate halal
O mercado do mundo muçulmano é imenso. Segundo o Instituto Americano Pew Research Center, existem no Planeta 1,8 bilhão de muçulmanos. Conhecer o mercado com potencial para crescer, é o mais importante. De acordo com o Alcorão, aquele alimento (ou produto) tem que ser permitido pelo Islã. Essa regra é chamada de halal, o que significa lícito ou autorizado em árabe.
Por isso, os alimentos precisam seguir integralmente essas determinações islâmicas para o consumo desse grupo, segundo a Sharia (as leis religiosas do islamismo). Álcool e carne suína são proibidos.
No caso das carnes, os preceitos devem ser observados a partir do abate. Ele só pode ser feito por um muçulmano, a face do animal deve estar voltada para a Meca, todo o sangue tem que ser extraído da carcaça, a morte tem que ser rápida e sem sofrimento e a higiene, perfeita.
Da Redação.