O faturamento em dólar das exportações brasileiras do agronegócio apresentou uma leve queda no primeiro semestre de 2024, conforme revelam pesquisas do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) da Esalq/USP, com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e da Secretaria de Comércio Exterior (Siscomex). Entre janeiro e junho de 2024, o setor exportou produtos no valor de US$ 82 bilhões.
Embora o volume de exportações tenha aumentado 4,5%, os preços médios em dólar caíram 5% em comparação com o mesmo período de 2023. O aumento no volume exportado foi impulsionado por crescimento expressivo nas exportações de algodão, açúcar, café, carne bovina in natura, farelo de soja, soja em grãos, papel e carne suína. No entanto, a redução na produção brasileira de soja e a queda contínua dos preços externos podem impactar o desempenho do setor ao longo do ano.
A China continua sendo o principal destino das exportações do agronegócio brasileiro, representando aproximadamente um terço do total exportado. Os produtos mais procurados pelos chineses incluem soja em grão, carne bovina in natura, celulose e carne suína. Além da China, os Estados Unidos e países do Oriente Médio, como Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita, ampliaram suas compras, assim como a Índia, Egito, México e Turquia.
Para o segundo semestre de 2024, a expectativa é de que os embarques de algodão, açúcar, carne bovina in natura e café continuem crescendo. No entanto, a menor colheita de soja e a queda dos preços internacionais podem dificultar a superação do recorde de faturamento de 2023. O câmbio desvalorizado ajuda a manter a competitividade dos produtos brasileiros no mercado internacional, enquanto a normalização da oferta mundial pode amenizar a queda dos preços.
