30/08/2024 às 10h31min - Atualizada em 30/08/2024 às 10h31min

Tecnologia promove eficiência produtiva na pecuária

André Luiz Casagrande
Foto: Reprodução
O Programa de Eficiência de Carcaça (PEC), criado pela Phibro Animal Health e Biogénesis Bagó, reconhece e valoriza os produtores com melhores indicadores de desempenho e que lideram o processo de produção de carcaças padronizadas e de alta qualidade.

O PEC é aberto a pecuaristas que abatem nas unidades de um dos parceiros, em Araguaína (TO), Barretos e José Bonifácio (SP), Janaúba (MG), Mirassol D’Oeste (MT) e Palmeiras de Goiás (GO). Não há distinção de raças e os critérios de qualidade do programa são maturidade, peso de carcaça, acabamento de gordura e pH da carne. Uma das características do programa é o uso da biotecnologia, que serve para melhorar a eficiência da produção, aumentando a performance dos animais.

“Interessante analisar que, em um momento de ciclo de baixa, como o que vive atualmente a pecuária, alguns pecuaristas têm uma tendência inicial a olhar apenas para a redução de custos, que pode significar deixar de aplicar alguns protocolos sanitários, abrir mão de calendário vacinal ou utilizar produtos de qualidade inferior”, destaca o médico-veterinário e gerente nacional de demanda da Biogénesis Bagó Brasil, Bruno Di Rienzo.

Segundo ele, essa é uma grande dicotomia, porque justamente num momento de baixa é que a performance precisa ser a melhor possível, sendo necessário aumentar a eficiência. “É aí que entra a importância de produtos biotecnológicos superiores que vão apresentar resultados efetivos, com reflexos positivos no Ganho Médio Diário (GMD), taxa de desmame na cria, e até mesmo mais quilos de bezerros desmamados por vaca exposta, entre outros índices”, aponta.

Pilares para o aumento de produtividade
Em relação aos principais cuidados que os pecuaristas precisam estar atentos para o aumento da produtividade, Di Renzo cita que a gestão do confinamento leva em conta inúmeros pilares e que, entre os fatores mais significativos estão a reposição dos animais, já que o boi magro que entra no confinamento representa de 60% a 70% do custo, e a nutrição é o que toma mais tempo do gestor do confinamento.

“Nesse viés, o veterinário diz que é preciso controlar se o boi está comendo, se está ganhando o peso que foi projetado, se a sua eficiência biológica está adequada e se está saudável”, alerta o veterinário. Ele acrescenta que, se o animal adoecer, desenvolver uma pneumonia ou qualquer intercorrência no âmbito da sanidade, se torna um ponto de atenção, pois, uma vez doente, deixa de comer.

“Com isso, ele não engorda e vai passar mais dias confinado, o que impacta no lucro. Outra questão importante na gestão do confinamento são as pessoas. É difícil manter de forma perene uma equipe de alto nível na atividade, o que aumenta o desafio do gestor”, completa.

Sobre os desafios que os pecuaristas têm enfrentado em relação à adoção de novas tecnologias para o avanço do segmento, Di Renzo ressalta que, no confinamento, a gestão é muito bem apurada, focada em números, com acompanhamento preciso de cada item que compõe os custos, principalmente nas grandes operações.

“Nesse cenário, ao adotar uma nova tecnologia, os confinamentos devem fazer análise financeira, avaliar a viabilidade do retorno sobre o investimento, se traz vantagem competitiva ou se será apenas um custo extra”, orienta.

O especialista comenta ainda que, atualmente, os confinamentos, em sua maioria, investem em pesquisa e desenvolvimento, participam de experimentos, sempre buscando o incremento da eficiência.

Para se ter uma ideia, ele conta que já existem confinamentos com estação experimental para testar o que será implementado, o que demonstra uma abertura muito grande por parte desse setor para a adoção de novas tecnologias que ajudem a destravar a produtividade.

A importância do bem-estar animal
Conforme argumenta Di Renzo, hoje está mais do que comprovado que animal que sofre, que tem algum tipo de estresse, não entrega o que poderia em termos de performance. Então, não considerar o bem-estar animal é “deixar o dinheiro em cima da mesa” por algum cuidado, algum manejo ligado ao bem-estar que não foi efetuado com maestria.

Um exemplo dos cuidados que influenciam na produtividade dos animais é o sombreamento. Estudos mostram que o animal em área de sombra no confinamento, seja na praça de alimentação ou em um local dentro do curral, responde em torno de 7 kg a mais de carcaça em relação ao boi que fica no sol o dia inteiro.

Outro aspecto destacado pelo veterinário é a lama. Existe uma métrica de que cada centímetro a mais de lama onde o animal está significa menos performance no final das contas. Isso porque na lama o animal tem dificuldade em acessar o cocho e gasta mais energia para se movimentar.

Outra questão que impacta no bem-estar dos animais, segundo ele, é o transporte, pois trata-se de um manejo muito estressante. “A quebra de peso para cada 100 km percorrido na viagem dos animais é um indicador extremamente importante, e esse resultado pode fazer toda a diferença para que ele entre mais ou menos pesado no confinamento”, explica.

Panorama
Para DI Renzo, a pecuária está começando a sair do ciclo de baixa para entrar no de alta, sendo assim, quem faz uma boa gestão da sua atividade e não parou de investir, mesmo na baixa, vai colher os frutos, pois continuou a ter boa performance e terá a oferta de bons animais quando o mercado estiver mais favorável.

A pecuária, conforme reforça o especialista, é uma atividade que possui ciclos de alta e baixa sempre e se sai melhor quem consegue fazer uma boa gestão, de forma profissional, calcada em números e com o olhar para a adoção de tecnologia.

“Vejo um futuro muito promissor, pois o mundo precisa da nossa proteína animal e o Brasil pode crescer ainda mais em eficiência e intensificação para ser cada vez mais produtivo, rentável e sustentável”, conclui o veterinário.


 

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