Foto: reprodução O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, defendeu a decisão do governo brasileiro de implementar autoembargos nas exportações de produtos avícolas para mais de 40 mercados. A medida foi adotada após a confirmação de um caso da doença de Newcastle em uma granja comercial em Anta Gorda (RS) na semana passada.
“A adoção do autoembargo foi fundamental para evitar riscos maiores. Se estourassem casos em outras regiões, poderia haver repercussão muito negativa”, afirmou Fávaro. O Ministério da Agricultura suspendeu preventivamente as exportações para 44 países, com diferentes raios de restrição que variam de dez quilômetros da área afetada até todo o território brasileiro, dependendo do mercado.
Fávaro explicou que a suspensão atende aos requisitos sanitários internacionais acordados com esses países, garantindo tranquilidade aos compradores da carne de frango brasileira. “Fechamos o mercado do Rio Grande do Sul para dar tranquilidade aos compradores”, disse ele em entrevista coletiva após uma reunião do Conselho Superior do Agronegócio (Cosag) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
O ministro também mencionou que o Brasil está em diálogo contínuo com os principais mercados compradores da carne de frango do país, buscando reduzir as áreas de restrição do autoembargo. “Vamos começar a reduzir o círculo de restrição por Newcastle”, declarou Fávaro. “Estamos tratando diariamente com os principais mercados compradores de carne de frango.”
Frango: SC reforça medidas de biosseguridade em granjas após caso de Newcastle no RS
A Secretaria da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina emitiu uma nota técnica reforçando a necessidade de medidas de biosseguridade nas granjas avícolas do estado. Esta ação segue a detecção de um caso de doença de Newcastle em aves comerciais no Rio Grande do Sul, levando o Ministério da Agricultura e Pecuária a declarar estado de emergência zoosanitária por 90 dias no estado vizinho.
A nota técnica destaca a importância de limitar visitas de pessoas não envolvidas no sistema de produção, visando proteger a saúde e segurança dos plantéis avícolas catarinenses.
Medidas Adotadas
O secretário da Agricultura e Pecuária, Valdir Colatto, informou que a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) está implementando várias ações específicas para garantir a proteção sanitária. Estas ações incluem a análise da movimentação de animais e produtos de origem animal oriundos da região afetada, vigilância ativa em propriedades que receberam animais daquela região nos últimos 30 dias, e a orientação aos Postos de Fiscalização Agropecuária na divisa sul do estado para desinfetar todos os veículos provenientes da área afetada.
Notificação e Segurança Alimentar
A secretaria também enfatizou a importância da notificação imediata de qualquer suspeita de casos de doença de Newcastle, especialmente aqueles com sinais respiratórios, neurológicos ou de alta mortalidade súbita em aves. Apesar do incidente, a secretaria assegurou que o consumo de carne de aves e ovos de estabelecimentos inspecionados pelo Serviço Veterinário Oficial continua seguro para a população.
Exportação de Frango
Santa Catarina é o segundo maior exportador de carne de frango do Brasil, atrás apenas do Paraná e logo à frente do Rio Grande do Sul. No primeiro semestre de 2024, o estado embarcou 563.481 toneladas de carne de frango, gerando uma receita de US$ 1,07 bilhão.
