Foto: reprodução A soja deverá expandir sua área na temporada 2024/25 no Brasil, apesar das margens de lucratividade mais estreitas. É o que indica o relatório da consultoria Safras & Mercado, divulgado nesta sexta-feira, 12. Com condições climáticas favoráveis, a expectativa inicial é de uma produção recorde de 171,542 milhões de toneladas, o que representa um crescimento de 13,2% em relação às 151,548 milhões de toneladas colhidas este ano. Isso se deve à previsão de aumento na produtividade, subindo de 3.279 quilos por hectare (54,6 sacas) para 3.643 quilos por hectare (60,7 sacas).
Segundo o documento, os produtores brasileiros planejam cultivar 47,331 milhões de hectares em 2024/25, um aumento de 1,9% em relação ao total semeado no ano passado, que foi de 46,447 milhões de hectares.
Apesar do crescimento, a expansão da área de soja deverá ser mais moderada em comparação com safras anteriores em praticamente todos os estados produtores do país.
“Tal fato deve ocorrer devido à queda da margem dos produtores nos últimos meses, que é derivada, principalmente, do recuo nos preços praticados nos mercados brasileiro e internacional”, afirma o analista de Safras & Mercado, Luiz Fernando Gutierrez Roque.
Ele acrescenta que, embora a soja ainda seja uma opção mais rentável que outras culturas em muitos estados, os produtores estão enfrentando desafios, especialmente no Rio Grande do Sul e Paraná, onde as perdas recentes e a possibilidade de um novo La Niña estão impactando as decisões de plantio.
“Esperamos um crescimento pequeno nas áreas a serem semeadas nestes dois estados, visto também que no Rio Grande do Sul muito produtores continuam com dificuldades financeiras pelas perdas produtivas registradas nos últimos anos. Algumas áreas de milho podem migrar para a soja nos dois estados, assim como algumas áreas de pastagem”, avalia Roque.
Nas regiões Nordeste e Norte, a soja continua avançando na "nova fronteira agrícola", com expectativa de crescimento significativo, impulsionado pelo aumento das exportações pelos portos do Arco Norte e pelas boas produtividades recentes. No entanto, o ritmo de crescimento também deve ser mais moderado devido às margens mais apertadas.
Se as condições climáticas continuarem favoráveis, a produção brasileira de soja poderá ultrapassar a marca de 170 milhões de toneladas pela primeira vez na história, alcançando 171,542 milhões de toneladas, um novo recorde, conforme estimativa inicial.
