Vantagens do semiconfinamento para intensificar terminação de bovinos de corte a pasto

Prática surge como alternativa devido à menor necessidade de infraestrutura e melhores desempenhos zootécnicos

Foto: Sérgio Raposo / Embrapa

Considerado um meio termo entre o confinamento e a suplementação estratégica da seca, o semiconfinamento apresenta, entre suas vantagens, a menor infraestrutura, quando comparada ao confinamento tradicional, com animais criados a pasto e recebendo concentrado no cocho, o que reduz o custo com estrutura e mão de obra.

Além disso, apresenta melhores desempenhos zootécnicos, quando comparados ao extensivo, pois permite aumentar o ganho de peso médio diário (GMD) e o rendimento de carcaça dos bovinos, possibilitando, de modo geral, maior lucro ao produtor.

Conforme explica o zootecnista e consultor técnico da Connan, Lucas Barbosa Kondratovich, além de menores infraestruturas e melhores índices zootécnicos, a prática de semiconfinamento possibilita a flexibilidade ao produtor na tomada de decisão em realizá-lo, podendo ser promovido em qualquer época do ano.

“Outra característica é que a não necessidade de ações para a produção de alimento volumoso, com exceção do pasto, e a capacidade de elevar a taxa de lotação em seus piquetes, permitem que alivie outros pastos para as demais categorias”, acrescenta o consultor.

Aplicação no campo
De acordo com o zootecnista, a prática pode ser realizada o ano todo, porém, é mais indicada em épocas ou ocasiões com menores ofertas de pastagem, pois, nesse caso, possibilita que se consuma menos pastos, substituindo-os por ingestão de concentrado.

“Dessa forma, é possível aumentar a taxa de lotação nesses piquetes e aliviar as demais pastagens. Pode-se fazer também em ocasiões em que a pastagem apresenta baixa qualidade, podendo corrigir as deficiências nutricionais com a suplementação de concentrados”, explica.

Kondratovich ressalta que, como as pastagens apresentam características de baixa produtividade e qualidade em estações secas do ano, para que se forneça a quantidade necessária de massa de forragem aos animais, é recomendável que se faça diferimento da pastagem a ser utilizada no semiconfinamento no final das águas. 

Impactos gerados
Na avaliação do especialista, a adoção dessa prática impacta a gestão da fazenda, desde a econômica, quando o maior efeito é em relação à compra de insumos para produção de concentrados, devendo-se estar atento às oportunidades do mercado e à aquisição de subprodutos que possam auxiliar na redução de custos, às demais, quanto as gestões admnistrativa e técnica.

“A gestão administrativa deve estar atenta especialmente ao planejamento e controle desse sistema de produção, cuidando do fornecimento e produção de concentrado. Também é preciso fazer a gestão técnica, para que se possa avaliar e acompanhar a evolução dos animais presentes no sistema, a fim de se atingir as metas esperadas”, orienta.

Em relação aos resultados, ele informa que a adoção do semiconfinamento impacta em aumento do GMD, rendimento de carcaça, taxa de desfrute, arrobas por hectare/ano, redução na idade de abate e no tempo do animal na fazenda. Com isso, o produtor pode produzir mais, em menores áreas e tempo.

Por fim, o zootecnista cita que, atualmente, os aportes tecnológicos têm surgido como ferramentas de grande impacto na atividade, podendo ser utilizada para facilitar e realizar manejos mais eficientes, auxiliar na gestão e aumentar a produtividade, com destaque para a utilização de suplementos minerais tecnológicos, que possuem aditivos que auxiliam na manutenção da saúde do animal e melhoram a eficiência produtiva e desempenho desses.

“Todas essas ações, com o uso da tecnologia, têm contribuído para a geração de grandes impactos na evolução do segmento, tornando, cada vez mais, uma prática eficiente e sustentável”, arremata Kondratovich.