​Dólar alcança valor acima de R$ 5,40 e impacta cadeias do milho e soja

Valorização do dólar beneficia exportadores e desafia consumidores internos

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O dólar futuro avançou 0,86% e atingiu R$ 5,429 por volta das 16h45, acumulando uma valorização de 5,99% no último mês e um salto de 8,43% nos últimos três meses. Esse cenário tem implicações diretas para os setores ligados à soja e ao milho no Brasil.
 
A valorização do dólar é amplamente favorável aos exportadores, especialmente para as tradings de soja e milho. "Pelo lado das tradings, é positivo porque seus custos, denominados em real, permanecem estáveis enquanto os ganhos, recebidos em dólar, aumentam", explica Felipe Sawaia, analista de mercado na StoneX. Essa condição permite que as empresas aceitem preços mais competitivos no mercado internacional sem reduzir suas margens de lucro.
 
Os produtores também se beneficiam da valorização do dólar, pois as tradings estão dispostas a pagar mais pela soja e pelo milho. Isso ocorre devido ao aumento da margem das empresas com a mudança cambial, como observado por Luiz Fernando Gutierrez, analista da Safras & Mercado. Ele destaca que a soja é mais influenciada pelos preços da Bolsa de Chicago, prêmios e câmbio, em comparação com o milho.
 
No entanto, a alta do dólar representa um desafio significativo para os importadores, que agora precisam pagar mais pelo mesmo volume de produtos. "Os importadores acabam por arcar com custos mais elevados devido ao câmbio valorizado", comenta Sawaia. Isso faz com que o milho e a soja brasileiros se tornem mais competitivos no mercado internacional.
 
Agentes que consomem milho e soja no mercado doméstico e dependem de receitas em real são os mais afetados pela valorização do dólar. Eles enfrentam aumento nos preços internos, o que pode comprometer a competitividade e a rentabilidade de suas operações.