Foto: reprodução A recuperação gradual dos preços da soja ao longo dos últimos meses apresenta uma oportunidade perfeita para os produtores alavancarem seus negócios, de acordo com o especialista em gestão do agronegócio e gerente de Barter da Adama, André Morselli. Com a safra norte-americana se desenvolvendo dentro da normalidade e uma expectativa de produção de cerca de 120 milhões de toneladas, os preços da oleaginosa permanecem elevados, próximos dos US$ 12 o bushel.
No entanto, Morselli ressalta a necessidade de uma postura mais empresarial por parte dos produtores, adotando ferramentas de gestão e estratégias de comércio diversificadas e assertivas. “Há diversas possibilidades de hedge disponíveis que podem ajudar na proteção das vendas por parte do produtor. Entre as estratégias recomendadas, destacam-se a venda imediata de parte da produção e a contratação de estruturas de derivativos que permitem a participação nas eventualmente altas do mercado durante o período de exercício da opção.
Essas estruturas, aliadas às operações de troca, são vistas como ferramentas eficazes para lidar com os custos de insumos para a próxima safra utilizando a produção disponível, aproveitando uma boa relação de troca. “Essas medidas permitem aos produtores se protegerem contra eventualmente baixas nos preços, mantendo a possibilidade de participação nas altas, além de eliminar os custos de carregamento da soja mantida depositada”, afirma Morselli.
O especialista enfatiza que uma gestão profissionalizada é crucial para que os produtores obtenham o máximo de rentabilidade, mesmo em meio às flutuações de mercado. “Não há mais espaço para improvisos no campo. Adotar uma postura inerte e apostar todas as fichas em um preço desvinculado dos fundamentos de mercado pode gerar um risco importante para o negócio”, alerta. Ele lembra que muitos produtores que venderam parte de sua produção em 2023/24 com preços em baixa acabaram comprometendo a rentabilidade.
Para evitar riscos, Morselli destaca a importância de uma estruturação de transportes bem elaborada e planejada com antecedência. “O velho paradigma do lavoreiro preocupado apenas com o ciclo de plantio, colheita, armazenamento e venda não mais se sustenta. Hoje todas as etapas do negócio devem ser planejadas antecipadamente com estratégias bem definidas de acordo com os fundamentos de mercado”, aponta.
Estima-se que a produção brasileira de soja para 2023/24 fique próxima de 150 milhões de toneladas. Morselli afirma que com a adoção das melhores práticas de gestão e a escolha criteriosa dos melhores momentos para comercialização, os produtores serão mais bem posicionados para capitalizar ao máximo os bons preços.
