Foto: reproduçãoEm um cenário marcado por uma queda de 15,2% nas exportações do complexo soja em maio, quando comparado ao mesmo período do ano anterior, a balança comercial brasileira do setor ainda apresenta saldo positivo no acumulado dos primeiros cinco meses de 2024.
Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as vendas externas do grão, farelo e óleo de soja somaram 15,71 milhões de toneladas em maio, enquanto em 2023 esse volume chegou a 18,54 milhões de toneladas no mesmo mês. A principal queda foi registrada nas exportações de óleo, que recuaram 61,2%, passando de 310 mil toneladas em maio de 2023 para apenas 120 mil toneladas em 2024.
"Podemos entender esses números, praticamente, como um 'maio vermelho', já que todos os produtos do complexo soja ficaram em queda em relação a maio do ano passado", enfatiza o diretor do Canal Rural Sul, Giovani Ferreira.
No entanto, o panorama muda quando analisado o acumulado do ano. De janeiro a maio de 2024, o Brasil exportou 60,13 milhões de toneladas de produtos do complexo soja, volume 2% superior aos 58,95 milhões de toneladas registrados no mesmo período de 2023.
Segundo Ferreira, essa leve alta nos embarques de grãos e farelo foi acompanhada por uma queda de quase 60% nas vendas externas de óleo de soja, movimento que ele atribui a três fatores principais: a desaceleração da demanda chinesa, a expectativa de uma boa safra norte-americana e a temporada satisfatória na América do Sul, mesmo com a redução na produção no Rio Grande do Sul.
"Quem acompanha o mercado, percebeu que esta semana, a soja está abaixo de 12 dólares por bushel novamente, o que não acontecia há mais ou menos três meses", pondera o diretor. Ele acredita que junho não deve ser muito diferente de maio, mas a retomada do ritmo de exportação após julho dependerá, principalmente, do clima favorável à soja nos Estados Unidos.
