21/05/2024 às 09h14min - Atualizada em 21/05/2024 às 09h14min
Mesmo com preços do trigo em recuperação, margens de produtores seguem pressionadas
Alta nos custos de produção e redução de área plantada mostram desânimo dos agricultores com a cultura em 2024
- Da Redação, com Cepea
Foto: Reprodução Apesar da recente recuperação nos preços do trigo e da queda nos custos de produção frente ao ano anterior, as margens de produtores estão menores. Segundo cálculos da Equipe de Custos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a receita estimada em abril/24 estava apenas em linha com o custo operacional, o que significa que, quando considerados os custos totais, as margens ficam negativas. Em 2023, as estimativas do Cepea apontavam margem positiva quando se comparavam receita bruta e custo operacional.
Dados divulgados pela Conab evidenciam que os agricultores não estão animados para cultivar trigo em 2024. A Companhia ampliou a redução de área com trigo prevista para a atual temporada, para 11,1% sobre 2023, totalizando 3,086 milhões de hectares. Já a produtividade pode crescer 26,2% no mesmo comparativo, o que resultaria em produção de 9,082 milhões de toneladas, avanço de 12,2% frente à safra finalizada em 2023.
Apesar da recente recuperação nos preços, os altos custos de produção, envolvendo itens como fertilizantes, defensivos e mão de obra, seguem pressionando as margens dos produtores de trigo. Mesmo com a perspectiva de maior produção na temporada 2024, o desânimo dos agricultores com a cultura se reflete na redução da área plantada prevista pela Conab.
Esse cenário de margens apertadas e menor interesse dos produtores pode afetar o abastecimento do mercado interno de trigo nos próximos meses, demandando atenção dos agentes do setor.