A semana foi marcada por preocupações em torno da produção de soja no Rio Grande do Sul, após as intensas chuvas e inundações que atingiram o estado. Segundo analistas, cerca de 25% das lavouras gaúchas ainda não haviam sido colhidas, o que as torna vulneráveis a perdas expressivas.
O consultor Luiz Fernando Gutierrez Roque, da Safras & Mercado, estima que a safra do Rio Grande do Sul possa ter uma redução de 2 a 3 milhões de toneladas em relação à projeção anterior de 22,7 milhões de toneladas. No entanto, ele ressalta que 75% da produção estadual já havia sido garantida antes dos desastres.
Outro ponto relevante da semana foi a divulgação do relatório de maio do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). O órgão projetou uma safra brasileira de soja de 154 milhões de toneladas em 2023/24, acima da expectativa do mercado de 152,6 milhões. Para 2024/25, a estimativa inicial é de 169 milhões de toneladas.
Quanto à comercialização da safra 2023/24, dados da Safras & Mercado apontam que 50,7% da produção projetada já foi negociada, superior aos 41,4% registrados no levantamento anterior. No entanto, o percentual ainda está abaixo da média histórica para o período.
Apesar das preocupações com as perdas no Rio Grande do Sul, os números projetados para a safra brasileira parecem ainda ser alcançável, segundo as projeções do USDA. No entanto, a situação das lavouras e dos armazéns no estado gaúcho permanecem como um ponto de atenção para o setor.