A colheita da soja no Rio Grande do Sul atingiu 78% da área até o início de maio, atrás da média dos últimos cinco anos de 89%. Isso se deve às intensas chuvas que atingiram o estado entre 29 de abril e 4 de maio, impedindo a realização da colheita em vários períodos.
Segundo o Informativo Conjuntural da Emater-RS, antes das chuvas, as produtividades chegavam a picos excelentes de 5.400 kg/ha ou a rendimento mediano de 3.000 kg/ha. No entanto, com o evento climático adverso, a perspectiva mudou abruptamente, e as perdas de produção nas áreas restantes (24%) podem atingir até 100%.
Algumas infraestruturas de armazenagem de grãos também foram danificadas, o que pode afetar a produção colhida anteriormente. Além disso, a colheita realizada de maneira precária, com os grãos excepcionalmente úmidos, resultou em descontos significativos, reduzindo a rentabilidade dos produtores.
Houve ainda danos expressivos devido à perda de solo nas áreas de cultivo, ocasionada pela erosão provocada pelo excesso de chuvas. Apenas 30% dos 125 mil hectares cultivados em Dom Pedrito foram colhidos, e em Caçapava do Sul, onde 45% foram colhidos, os estragos são impressionantes, com perda total em muitas lavouras alagadas ou tombadas pela força da água.
O Informativo também destaca problemas no escoamento da produção, com filas nas unidades receptoras de grãos, lentidão na descarga dos caminhões e danos às estradas vicinais. A impossibilidade de escoamento, associada à alta umidade, acelera o processo de fermentação dos grãos durante o transporte, agravando ainda mais a situação.
Sistema vai provocar 150 mm de chuvas fortes no Rio Grande do Sul
Um sistema frontal se aproxima do Rio Grande do Sul e promete trazer chuvas fortes entre os dias 10 e 13 de maio, com acumulados que podem chegar a 150 milímetros (mm) em algumas regiões. As informações são do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) em conjunto com outros órgãos.
As chuvas mais intensas são esperadas no centro-leste e nordeste do estado, incluindo a região metropolitana de Porto Alegre. De acordo com as análises, as precipitações representam uma condição de alto risco e podem agravar a situação hidrológica, com elevação dos níveis de rios como o Guaíba e seus afluentes, aumentando o potencial de alagamentos e enchentes em áreas vulneráveis.
Ainda conforme o comunicado, a chegada de uma nova frente fria intensa na segunda-feira (13) poderá intensificar as condições meteorológicas adversas, incluindo a formação de um ciclone extratropical próximo à costa, resultando em ventos mais intensos.
Na sexta-feira (10) até segunda-feira (13), o sistema frontal se concentrará no centro-leste e nordeste do estado, incluindo a região metropolitana de Porto Alegre. A partir de segunda-feira (13), uma nova frente fria chegará ao estado, com possibilidade de chuva e rajadas de vento do sul, dificultando o escoamento das águas.