A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) realizou nesta semana três levantamentos de custo de produção de grãos, juntamente com o Centro de Estudos Avançados em economia Aplicada (Cepea), dentro do Projeto Campo Futuro, para as culturas da soja, milho 1ª e 2 safra, feijão, trigo e cevada.
Os encontros virtuais (medida de segurança para evitar a transmissão do coronavírus) foram feitos com produtores e representantes de sindicatos rurais de Rio Verde (GO), Guarapuava (PR) e Castro (PR), com a participação das federações de agricultura e pecuária dos dois estados.
Na quinta (15), o painel colheu informações sobre a realidade produtiva do município goiano, envolvendo a soja intacta e o milho 2ª safra. A oleaginosa teve um aumento de 21% no Custo Operacional Efetivo (COE) na safra 2020/2021 em relação à safra anterior, totalizando R$ 3.277 reais/ha. O fertilizante foi o item que mais subiu (+18%), seguido das operações mecânicas (+13%). As produtividades registradas na região foram de 62 sacos por hectare de média.
No caso do milho 2ª safra, houve queda de produtividade em razão da seca e da geada. A colheita esta no início, mas a expectativa é chegar em 60 sc/há, ante 115 sc/há na safra passada. “Os bons preços ainda mantêm a margem levemente positiva para o produtor, caso as produtividades se confirmem”, diz o assessor técnico da CNA, Fábio Carneiro. A margem líquida sobre o custo total é de 423 reais/há. O COE subiu 31% para o grão (R$ 2.684). Fertilizantes (+89%) e defensivos (+45%) tiveram as maiores altas em relação ano passado.
Guarapuava – O levantamento no município paranaense foi realizado na quarta (14). A soja Intacta teve aumento de 13% no COE, que ficou próximo de R$3.500/há. As maiores elevações no custo foram com operações mecânicas (+18%) e insumos (10%). E a produtividade média ficou em 66 sc/há.
Para o milho 1ª safra, o aumento foi de 21% no COE. O gasto com defensivos agrícolas subiu de R$ 461/há para R$ 744 reais/ há, justificado pela alta das despesas com inseticidas para controle de cigarrinha, que subiram de R$ 65 reais/há para R$ 240/há, elevação de 269%. O COE de milho 1ª safra atingiu 6.500 reais/há. Já a produtividade média fechou em 200 sc/há, o que possibilitou uma margem positiva e acima do obtido em relação à soja Inctacta.
Nas culturas de inverno, o COE subiu 6% para a cevada (R$ 3.850/há) e 16% no trigo (R$ 3.733/há). As produtividades das duas culturas foram boas. Com o resultado, a cevada superou em R$ 550 a margem do trigo.
Castro - Na soja Intacta, os custos com insumos ficaram próximos a R$ 2.100, o que representa metade do COE, que subiu 7% com relação ao ano passado. O clima colaborou durante o desenvolvimento da safra e a produtividade média da região superou 70 sc/há.
Apesar de a região ser tradicional no plantio de milho 1ª safra, a área plantada tem se reduzido nos últimos anos. A produtividade das lavouras de milho também caiu em 2021, fechando em torno de 180 sc/há. O custo operacional efetivo do milho 1ª safra BT RR já ultrapassa R$6.500/há.
As produtividades do feijão das águas (-35%) e da seca (-43%) caíram consideravelmente nessa safra e o produtor segurou o investimento na cultura. O feijão das águas trouxe um retorno positivo para o produtor, mas o feijão das secas (2ª safra) conseguiu pagar apenas o COE.
Entre as culturas do painel, o trigo registrou o maior aumento de custo (+25%) e fechou próximo a R$ 3.500 reais/há. “O clima contribuiu e as produtividades superaram 70 sc/há, o que manteve a cultura rentável e sendo a melhor opção para o produtor no inverno”, concluiu Carneiro.
(Fonte: CNA)