01/04/2024 às 10h15min - Atualizada em 01/04/2024 às 10h15min

Chegada do La Niña deve influenciar mercado de commodities agrícolas

Meteorologistas alertam para possíveis impactos do fenômeno climático nas colheitas e mercado agrícola

- Da Redação,, com MoneyTimes
Foto: Reprodução
O La Niña, fenômeno climático caracterizado pelo resfriamento anômalo das águas do Oceano Pacífico, está prestes a chegar, trazendo consigo implicações para as commodities agrícolas. De acordo com Nadiara Pereira, meteorologista de agro na Climatempo, a transição do El Niño para o La Niña está em curso, com previsão de instalação do fenômeno no final do outono e início do inverno.

"Pode-se esperar um período de neutralidade climática breve após o fim do El Niño, mas logo em seguida veremos o resfriamento no Oceano Pacífico e a chegada do La Niña, prevista para o fim de junho e início de julho", explica Pereira. Ela aponta que, embora esse fenômeno diminua a intensidade das ondas de calor durante a primavera e o verão, traz consigo riscos de estiagem em áreas do Sul do Brasil, Argentina e Uruguai, com aumento das chuvas em regiões do Nordeste e Norte da América do Sul.

Quanto às culturas que podem ser afetadas, o trigo no Sul do Brasil e na Argentina enfrenta riscos de redução na produtividade devido ao clima mais frio associado ao La Niña. "O alerta para o frio tardio é preocupante, pois aumenta o risco de geadas durante o inverno e no início da primavera, especialmente nas fases de florada", alerta Pereira.

No entanto, para o milho da segunda safra, o risco é considerado baixo, uma vez que o outono será mais ameno. "Embora não seja previsto um inverno rigoroso, há chance de picos de frio, o que também representa riscos para áreas de cana-de-açúcar e café", acrescenta a meteorologista.

Diante desse cenário, o analista da Empiricus Research, Ruy Hungria, destaca que o clima mais seco do que o normal em importantes regiões produtoras de grãos, como Sul do Brasil, Argentina e Estados Unidos, pode reduzir a oferta dessas commodities agrícolas e, consequentemente, elevar os preços. "O fenômeno tende a ser neutro ou até benéfico para as regiões onde a SLC atua, permitindo à companhia manter sua produtividade e aproveitar a alta de preços", analisa Hungria.

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