27/03/2024 às 09h23min - Atualizada em 27/03/2024 às 09h23min
Apesar da safra recorde, PIB do agronegócio brasileiro sofre queda de 2,99% em 2023
Diminuição dos preços em todos os setores impacta desempenho do agronegócio nacional
- Da Redação, com Canal Rural
Foto: Reprodução O PIB do agronegócio brasileiro enfrentou uma queda de 2,99% em 2023, contrariando as expectativas positivas impulsionadas pela safra recorde, revelaram dados divulgados nesta terça-feira (26) pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
A diminuição generalizada dos preços em todos os setores foi apontada como a principal causa desse declínio, afetando culturas como algodão, café, milho, soja e trigo, além de bovinos, aves e leite.
Embora a produção agrícola tenha atingido níveis recordes e o crescimento na produção pecuária e de laticínios tenha impulsionado a demanda por insumos e agrosserviços, isso compensou apenas parcialmente a queda nos preços.
Pesquisadores do Cepea/CNA observam que, embora o agronegócio estivesse em processo de recuperação no primeiro semestre do ano passado, as quedas consecutivas nos dois últimos trimestres revertem essa tendência. No entanto, mesmo com a queda, o PIB do agronegócio ainda respondeu por 23,8% do PIB nacional.
Segundo a análise da CNA e do Cepea, o segmento de insumos foi o mais afetado, com uma queda de 23,57% em 2023 em comparação com o ano anterior, principalmente devido à redução nos preços de fertilizantes, insumos, rações e à menor produção de máquinas agrícolas.
Enquanto isso, o setor primário registrou uma retração de 1%, enquanto a agroindústria e os agrosserviços tiveram quedas de 2,05% e 1,31%, respectivamente. Apesar desses números, as safras agrícolas recordes e o aumento na produção nos setores primário e agroindustrial da pecuária ajudaram a impulsionar a demanda por agrosserviços, atenuando parte do impacto negativo.
Ao avaliar separadamente por atividade, o PIB agrícola registrou uma queda de 3,26% em 2023 em relação a 2022, com apenas o setor primário apresentando um resultado positivo, com uma expansão de 5,11%, impulsionada pela produção recorde e redução dos custos com insumos.
Já na pecuária, o PIB caiu 2,3% no ano passado, com a produção primária sendo a mais afetada, registrando uma queda de 10,61%. Mesmo com a redução dos custos e o aumento da produção, a atividade sofreu com a queda dos preços, especialmente de bovinos, aves de corte e leite.