O mercado brasileiro de soja experimentou uma montanha-russa de movimentos nesta quinta-feira (8), impulsionado por relatórios da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Enquanto a Conab reduziu sua estimativa de produção para 149,4 milhões de toneladas, o USDA fixou a sua em 156 milhões.
Ao longo do dia, os preços da saca de soja no país apresentaram uma tendência mista. Em Passo Fundo (RS), o valor subiu de R$ 115 para R$ 119, enquanto em Rondonópolis (MT) se manteve estável em R$ 102. O mercado de futuros da soja na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) também refletiu essa incerteza, com preços oscilando ao longo do dia.
No entanto, foi o desencontro entre as projeções da Conab e do USDA que gerou o maior impacto. Enquanto a Conab apontou para uma redução na produção brasileira, o USDA trouxe números mais otimistas, contribuindo para uma atmosfera volátil nos mercados. O relatório do USDA indicou estoques nos EUA e safra no Brasil acima das expectativas do mercado, somando-se a preocupações com as condições climáticas na América do Sul e os fracos números de demanda nos EUA.
Com a safra norte-americana projetada em 113,35 milhões de toneladas e a produção mundial de soja estimada em 398,21 milhões de toneladas, investidores e produtores agora enfrentam um cenário de incertezas quanto aos rumos do mercado nos próximos meses.
O fechamento dos contratos futuros da soja na CBOT refletiu essa instabilidade, com alta de 4,50 centavos de dólar por bushel para entrega em março. Enquanto isso, o dólar comercial encerrou o dia em alta, sendo negociado a R$ 4,9946 para venda, contribuindo para a complexidade do ambiente de negócios.
Diante desses eventos, fica claro que os próximos movimentos do mercado de soja serão ditados não apenas pelas condições climáticas e de demanda, mas também pela interpretação e reação dos investidores aos relatórios divergentes das principais entidades do setor.