02/02/2024 às 09h43min - Atualizada em 02/02/2024 às 09h43min

Cochos eletrônicos otimizam pesquisas em bovinos

Tecnologia permite coleta de dados individualizada e avaliação da eficiência alimentar dos animais

André Luiz Casagrande
Foto: Divulgação Embrapa
A automatização dos processos nas atividades agropecuárias é um caminho sem volta para os produtores que pretendem se manter competitivos no mercado. Diante desse cenário, as entidades que trabalham em prol do desenvolvimento do setor também estão se adequando a essa nova realidade.
 
Com o objetivo de reestruturar e modernizar as áreas de pesquisa, a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) vem realizando algumas mudanças em seus Campos Experimentais, exemplos de Uberaba e Felixlândia, onde as melhorias incluem a instalação de cochos eletrônicos para auxiliar na coleta de dados referentes à eficiência alimentar de bovinos.
 
De acordo com o zootecnista, Doutor em Nutrição de Bovinos e Chefe da Assessoria de Negócios Agropecuários da Epamig, Clenderson C. M. Gonçalves, os animais que participam desses experimentos recebem um brinco com chip na orelha que permite acompanhar o consumo de alimento e água diariamente.
 
“A estrutura é formada por cochos eletrônicos e estações de pesagem, que são automatizados e ficam conectados 24 horas por dia, com acompanhamento de consumo e comportamento alimentar de cada animal”, explica o especialista.
 
Ele acrescenta que os comedouros são apoiados em uma balança que registra o consumo de alimento do animal identificado pelo chip, enquanto a balança instalada nos bebedouros fornecem informações relacionadas ao ganho de peso diário dos animais. “Todas estas informações são repassadas para os pesquisadores através de uma central ligada na internet”, informa.
 
Melhorias
Conforme Gonçalves, dentre os benefícios proporcionados pela implementação dessa tecnologia estão o acompanhamento diário do desempenho; avaliação de consumo diária de cada animal de um mesmo lote (curral); maior confiabilidade da pesquisa e a diminuição de mão de obra para a realização dos ensaios.
 
Além disso, ele informa que também é possível fazer avaliação da eficiência alimentar dos animais, ou seja, quais são mais eficientes em converter o alimento fornecido em carne e/ou leite.
 
 “Também há melhora na coleta de dados de pesquisas de avaliação de alimentos para nutrição de bovinos e na seleção dos animais produtivos, que serão mais eficientes, e, dessa forma proporcionar mais rentabilidade aos produtores”, complementa.
 
Nutrição equilibrada
Segundo o especialista, nos experimentos que envolvem avaliação de alimentos e nutrição de bovinos, geralmente os animais ficam em baias separadas, pois é de extrema importância a coleta de dados como consumo de matéria seca diária, sobra de alimentos de cada animal, entre outros parâmetros avaliados.
 
“Com a implantação da estrutura automatizada na Epamig, os animais em experimentação poderão ficar separados em lotes, numa área grande, com conforto de espaço e sombra, e, mesmo assim,serão coletados dados individuais graças à tecnologia”, comenta.
 
Gonçalves lembra ainda que ao pensar na alimentação do rebanho é preciso levar em conta a necessidade de nutrientes na dieta para o melhor desempenho do animal em suas diferentes fases da vida, do crescimento até a fase produtiva, seja no gado para a produção de leite ou de carne.
 
“É importante destacar que quando pensamos em produções comerciais, temos que levar em conta os melhores alimentos que conseguirmos na fazenda para atingir boas produções, mas economicamente viáveis. A boa dieta para o produtor é aquela que vai ser eficiente na produção de leite e carne, com menores custos”, observa.
 
“Nesse sentido, a estrutura implantada na Epamig possibilita avaliar diversos alimentos, com diferentes custos, e seus efeitos no desempenho dos animais”, enfatiza o zootecnista.
 
Por fim, ele lembra que o uso de tecnologias na pecuária vem crescendo e contribuindo para melhorias nas pesquisas com animais além de facilitar o dia a dia dos produtores.
 
“Novas tecnologias voltadas para a atividade leiteira e de corte possibilitam que os produtores acompanhem melhor as atividades produtivas, e em tempo real, gerando relatórios para tomadas de decisões mais rápidas e, desta forma, minimizando problemas na produção e melhorando a rentabilidade da atividade”, conclui Gonçalves.

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