16/08/2021 às 19h00min - Atualizada em 16/08/2021 às 19h00min

Comerc protocola pedido de IPO na CVM

A Comerc Participações protocolou nesta segunda-feira (16) na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) minuta do prospecto preliminar para a realização de oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês). O documento prevê a distribuição primária de ações ordinárias, ou seja, de novas ações, a ser realizada no Brasil, em mercado de balcão não organizado, em conformidade com a Instrução Nº 400 da CVM. Haverá ainda esforços de colocação das ações no exterior.

A oferta será realizada sob a coordenação do Itaú BBA (coordenador líder), BTG Pactual (agente estabilizador), Credit Suisse, XP e Citi.

A Comerc é uma holding de empresas que atuam na comercialização, gestão de energia para consumidores livres, geradores e pequenas distribuidoras, soluções de eficiência energética, baterias e plataformas de informação e tecnologia. Conforme a minuta do prospecto preliminar, a companhia iniciou suas atividades no setor elétrico em 2001 e detém a maior base de clientes no segmento de gestão de energia no Brasil e é a quarta maior comercializadora de energia no país.

Ainda segundo o documento enviado à CVM, os recursos provenientes do IPO serão destinados para investimentos em novos projetos e em projetos de expansão para geração centralizada de energia; investimentos em novas plantas para geração distribuída de energia; desenvolvimento do segmento de soluções em energia (incluindo projetos de eficiência energética e desenvolvimento de softwares para os negócios); e desenvolvimento dos serviços oferecidos (medições e equipamentos de IoT — internet das coisas — e desenvolvimento de novas aplicações para os sistemas de gestão dos clientes – “Power View”).

Perfin

A holding pretende estrear na B3 já com uma ampla plataforma de ativos de geração renovável de energia, segmento no qual tem, hoje, uma presença tímida.

Segundo a minuta do prospecto preliminar para a realização do IPO, o grupo de energia planeja uma reorganização societária para incorporar projetos de geração detidos pelos fundos de sua sócia Perfin, gestora especializada em ativos de infraestrutura.

A ideia é realizar o processo após a obtenção do registro de companhia aberta categoria “A” junto à CVM, e antes da obtenção do registro do IPO.

Com a reorganização societária, a Comerc passaria a ter subsidiárias que atuam tanto na geração “centralizada”, com grandes usinas de energia renovável, quanto na geração “distribuída”, que envolve pequenos empreendimentos (normalmente da fonte solar) de até 5 megawatts (MW) de potência. O grupo se tornaria ainda o “maior player em geração distribuída compartilhada” — modalidade que permite que vários consumidores aproveitem os benefícios de uma mesma usina, sem que cada um precise instalar sua própria unidade de geração.

Segundo o documento, os ativos que passariam para o guarda-chuva da Comerc somariam 2.119 megawatts (MW) de capacidade instalada, sendo 87% baseados em geração solar e 13%, na fonte eólica. Dessa potência total, mais de 1.800 MW ainda estão em implantação, em empreendimentos espalhados nos Estados de Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Bahia, Pernambuco e São Paulo. O portfólio de ativos prontos ou em operação soma 242 megawatts-pico (MWp) de geração solar.

“A companhia acredita que a contínua integração das verticais acima indicadas poderá posicioná-la em situação única no mercado brasileiro para se beneficiar das tendências de descarbonização, digitalização e descentralização que norteiam o setor elétrico nacional”, diz o documento.

Constituída em 2001, a Comerc se consolidou como a maior gestora do mercado livre de energia, com um portfólio de mais de 3 mil unidades de consumo. Seu faturamento está na casa dos R$ 4 bilhões.

A Perfin entrou no capital da Comerc no início deste ano, ao comprar uma fatia de 20% por R$ 200 milhões. A parceria entre as duas, porém, é anterior a essa transação. Elas já eram sócias em quatro das 12 unidades de negócio da Comerc: a NEXWAY, de eficiência energética; a Sou Vagalume, de geração distribuída; a comercializadora varejista; e a Infinito, de desenvolvimento de projetos solares.

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