19/01/2024 às 10h33min - Atualizada em 19/01/2024 às 10h33min

Superovulação ajuda melhorar a reprodução assistida em bovinos

Técnica viabiliza a produção de 40 bezerros por ano a partir da mesma matriz

André Luiz Casagrande
Foto: Reprodução
A biotecnologia aplicada à reprodução animal tem desempenhado um papel essencial para a evolução da pecuária brasileira e, apesar de já ocupar posição de destaque na produção de embriões bovinos, o aprimoramento das técnicas e de novas abordagens tem sido contínuo.
 
Importante instrumento para o melhoramento genético dos rebanhos, a técnica de superovulação (SOV) das vacas e a coleta de embriões, que possibilita a disseminação da genética da vaca de forma mais abrangente e rápida, tem se destacado dentre as biotecnologias mais difundidas no setor.
 
De acordo com o médico- veterinário e gerente de serviços veterinários para bovinos da Ceva Saúde Animal, Marcos Malacco, a técnica da superovulação ocorre através da aplicação de um protocolo hormonal específico que permite maior produção de folículos ovarianos aptos à ovulação e posterior fertilização.
 
“Com isso, além de aumentar a quantidade de embriões e oócitos a partir de uma única doadora, que normalmente teria apenas um descendente por ano, também é possível acelerar o ganho genético em um rebanho a partir de fêmeas de alto valor”, informa Malacco.
 
Ele acrescenta que, quando bem-feita, a SOV é capaz de proporcionar a produção de 40 bezerros por ano a partir da mesma matriz, o que faz com que os ganhos genéticos para o rebanho sejam perceptíveis em um tempo muito menor, mas a complexidade protocolar a torna passível de apresentar falhas e menos êxito.
 
Indicações
Conforme explica o também médico veterinário e coordenador de demanda da Ceva Saúde Animal, Ernesto Brandão, a aplicação desta técnica é recomendada, principalmente, para animais com mérito genético excepcional, com o objetivo de melhorar as características dos rebanhos nas próximas gerações.
 
“Quando utilizamos a técnica de superovulação, que induz o amadurecimento de vários folículos e a liberação de vários oócitos para serem fecundados, temos mais descendentes desses animais em um período reduzido”, explica o especialista.
 
Ele informa que, através da tecnologia de hormônios recombinantes, com apenas uma aplicação do Hormônio Folículo Estimulante recombinante, (rFSH) é possível alcançar uma resposta de forma efetiva no protocolo de superovulação.
 
“Isso garante precisão na dose administrada, redução significativa do número de manejos, potencialização de mão de obra, preservando a saúde e o bem-estar dos animais” complementa Brandão.
 
Segundo ele, o que difere o uso do rbFSH  e do FSH (hormônio folículo-estimulante) convencional é que apenas uma aplicação do rbFSH é suficiente para promover a superovulação nas matrizes bovinas e atingir os melhores resultados reprodutivos, facilitando o manejo e aumentando o bem-estar animal, ao mesmo tempo em que apresenta uma maior precisão e menos riscos de falhas no protocolo.
 
“A inseminação das vacas tratadas com rbFSH é mais precisa e tem mais chances de gerar embriões, o que pode ser um salto gigante para a reprodução bovina e para a melhoria genética dos rebanhos nacionais”, avalia.
 
Por fim, Brandão destaca a contribuição das novas tecnologias para o desenvolvimento da atividade pecuária. “Os aportes tecnológicos têm papel fundamental na disseminação da genética de excelência de forma mais rápida, contribuindo para o melhoramento geral do rebanho”, arremata o médico-veterinário.
 

 
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